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Paulo Matricó
aquarela do tempo
No tempo dos boisZunia a almanjarra, cigarra
gritava a moenda de pau
no tempo dos bois
rugiam os carreiros, sua tez
no pêlo do canavial
o vento ainda canta a doce melodia
que um carro rangia cocões e cocais
e a mão da lembrança breve acaricia
punhado de dias que não voltam
ruiram mansões e taperas
coqueiros morões e cancelas
e a mente pintou de aquarelas
na tela do tempo