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Miguel Marques
milonga do coração
Repousa em mim a prata de muitas luasE o rigor das madrugadas que cruzei
O sol dos anos, me açoitando campo a fora
E a vida, arisca, me cobrando o que eu não sei
Eu trago marcas, na minha targa de campeiro
Das tantas vezes que sofri desilusão
Das minhas andanças só sobraram esperanças
Que ainda vivem, parcereando a solidão
Mas vou seguindo meu destino campesino
Pras invernias, fogo grande no galpão
Nas madrugadas, um floreio de guitarra
Uma milonga de acalmar o coração
Cevando mates na solidão das auroras
Tenho meu canto voltado para uma flor
Mesmo sofrendo os descompassos desta vida
Meu coração só se encontra no amor