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Luiz Marenco
bailongo do mato grande
Um par se vem. Outro se vai, outro que ficaA gaita louca, se desmancha no salseiro
Salta faísca, com fumaça de candeeiro
E reverbera no cabelo da marica
A gaita velha muitas vezes é culpada
Do diz-que-diz-que nos bochinchos e segredos
Mas o gaiteiro, faz de conta e não diz nada
Porque ele sabe que os culpados são os dedos
(De cada china cada olhar é uma aripuca
Promessa linda que tonteia quando chama
Na vaneirita que se adoça e que derrama
Um céu de estrela nas pupilas da maruca)
Um galo canta, um cusco acoa, um touro berra
E na penumbra, a parceria se abaguala
O chinaredo farejou cheiro de terra
E há uma neblina galopeando pela sala
E a gaita xucra se aveluda se alonjura
Depois se amansa num soluço de ansiedade
E anda nos ares gaguejando uma saudade
Não há quem saiba de onde vem tanta ternura