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Jair Naves
vida com v maiúsculo, vida com v minúsculo
Tão tarde eu fui dormir, tão cedoEu acordei com um desapego imenso. (x4)
Pela manhã,
Aviões traiçoeiros que teimam em ameaçar cair
Trarão seus modos tirânicos até aqui
E eu não caibo em mim de contentamento
E eu não vejo em mim nenhum medo,
E não existe em mim nenhum medo
Quando eu era menor,
Eu me perguntava como deveria ser
A vida em uma dessas casas à beira da estrada
Tristes e isoladas
Acho que agora eu sei,
Pelo vazio com que eu convivo há tanto tempo
E eu não vejo em mim nenhum medo,
E não existe em mim nenhum medo
Por uma intervenção divina, uma devoção desobediente
Eu não vejo em mim nenhum medo
E não existe em mim nenhum medo
Quilométrico é o sorriso que explode ensurdecedoramente
Eu não vejo em mim nenhum medo
E não existe em mim nenhum medo