Zé Carreiro E Carreirinho

lindo cavalo branco

Conheci na minha infância
Dois jovens, José e Maria
Se amavam as escondidas
Porque seu pai não queria

Mandou a filha pra longe
Pra ver se ela se esquecia
Quanto mais longe a distância
Mais a saudade judia

Passou-se um ano e meio
Uma surpresa acontecia
A moça em outra cidade
Já estava clareando o dia

Tava num sono profundo
E na janela batia
Quando ela abriu a janela
Quase morreu de alegria

Num lindo cavalo branco
Seu noivo rindo dizia
Vou fazer uma viagem
Quero sua companhia

E montaram no cavalo
Veloz como a ventania
O seu cavalo voava
O cavalo não corria

Ao chegar na casa dele
Uma estranha emoção sentia
Muitos choros, muitas lágrimas
E a mãe do rapaz dizia

Meu filho não suportou
Sua ausência e me pedia
Que mesmo depois de morto
Sua presença queria

Somente ela deu um grito
E sobre o caixão caía
Dois caixões ao cemitério
Seguiram no outro dia

Um enterro foi tão pobre
Outro muita mordomia
Nada valeu a riqueza
Naquela nobre família

Se separaram na vida
Na morte outra vez se uniam
Pois todos somos iguais
Debaixo da terra fria

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)