MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
vinicius castro - ser diferente É normal
Todo mundo tem seu jeito singular
De ser feliz, de viver e de enxergar
Se os olhos são maiores ou são orientais
E daí, que diferença faz?
Todo mundo tem que ser especial
Em oportunidades, em direitos, coisa e tal
Seja branco, preto, verde, azul ou lilás
E daí, que diferença faz?
Já pensou, tudo sempre igual?
Ser mais do mesmo o tempo todo não é tão legal
Já pensou, sempre tão igual?
Tá na hora de ir em frente:
Ser diferente é normal!
Ser diferente é normal!
Ser diferente é normal!
Ser diferente é normal!
Todo mundo tem seu jeito singular
De crescer, aparecer e se manifestar
Se o peso na balança é de uns quilinhos a mais
E daí, que diferença faz?
Todo mundo tem que ser especial
Em seu sorriso, sua fé e no seu visual
Se curte tatuagens ou pinturas naturais
E daí, que diferença faz?
Já pensou, tudo sempre igual?
Ser mais do mesmo o tempo todo não é tão legal
Já pensou, sempre tão igual?
Tá na hora de ir em frente:
Ser diferente é normal!
vinicius castro - a sentença
O nosso verbo sempre teve ligação
E eu pedia a Deus pra não quebrar nossa oração
Tudo nosso sempre teve alguma explicação...
Aposto que o aposto agora é só contradição.
Parecia até um mandamento, tão normal...
Você sempre ser meu complemento nominal
Parecia até o meu pilar fundamental:
Eu era sempre no plural.
Quem escreveu nossa sentença assim?
Com dois sujeitos, predicado, enfim...
Nosso passado tão perfeito, ai de mim,
Hoje chegou ao fim.
Foram tantas regras, e eu buscando a exceção
Feito um objeto indireto em tuas mãos
Falta concordância, falta comunicação
Aposto que o aposto agora é mera distração.
Pelas entrelinhas, meus pronomes são iguais,
Sempre possessivos, relativos e banais
Foram tantas vírgulas, hiatos... menos mal:
Agora é só ponto final.
Quem escreveu nossa sentença assim?
Com dois sujeitos, predicado, enfim...
Nosso passado tão perfeito, ai de mim,
Hoje chegou ao fim.
Amor reflexivo sempre vai além:
Indicativo de que sigo bem
Desconstruindo o que a paixão ergueu
Amor, o vocativo hoje é ninguém
Não tão altivo, mas eu sigo bem
Desconstruindo o que a paixão ergueu
Ontem só nós, hoje só eu.
vinicius castro - achados e perdidos
Achados e perdidos
(Vinicius Castro)
Nem proibido nem autorizado
Nem aturdido nem acostumado
Nem esquecido nem lembrado
Nem aplaudido nem vaiado
Nem tranqüilo nem desesperado
Nem bandido nem delegado
Nem odiado nem amado
Nem certo nem errado
O que resta de você
Quando acorda sem direção?
Perdido no convés...
Achado no porão!
Nem peso pena nem peso pesado
Nem gago nem articulado
Nem saibro nem gramado
Nem seco nem molhado
Nem livre nem acorrentado
Nem demitido nem aposentado
Nem vendido nem comprado
Nem de pé e nem deitado
O que resta de você
Quando acorda sem direção?
Perdido no convés...
Achado no porão!
Nem aquecido e nem congelado
Nem batimentos pra provar que existe
Nem desenvolto nem atrapalhado
Nem nada demais pra fazer!
O que resta de você
Quando acorda sem direção?
Perdido no convés...
Achado no porão!
vinicius castro - bala perdida
A vida quase sempre me deu porrada
Foi tapa na cara, pernada e até pescoção
Achei a solução: ninguém me cala
Por isso que agora, amigo, comigo é na bala!
Ã? a bala de menta, é a bala de coco
Não tem nada igual
Tem a bala de leite, tem de tamarindo,
Café e até mingau
Encontrada nas lojas do ramo
Tá pra lá de 2 e tal
Mas aqui na mão do camelô vai pagar um real!
A vida inteira eu tive quase nada
Faltava relógio, carteira e pulseira e cordão
Faltou televisão e pai na sala
Por isso que agora, amigo, comigo é na bala
Desculpe incomodar o silêncio de vocês
Mas hão de concordar que vale a pena dessa vez
Senhoras e senhores, eu garanto a qualidade!
Ã? só olhar no verso e conferir a validade!
vinicius castro - blues da solidão
Blues da solidão
(Vinicius Castro)
Eu quero a força do equilibrista do sinal
Eu quero o dedo e o pincel
Dos pintores da central
E a esperança de todo ator sem camarim
Eu quero o medo e o segredo
De todos botequins
Eu quero a ambição sem fim
Desses artistas sem futuro
Eu quero tudo só pra mim
Eu quero a alma de um cantor de bar vazio
Que insiste em cantar
Eu quero a alma de um cantor de bar vazio
Que insiste em cantar
Eu quero a sina desses poetas de esquina
Eu quero os versos e os quartetos
Dos sonetos da menina
E os desenhos, caricaturas de verdade
Eu quero o dom do desenhista
Lá do centro da cidade
Eu quero a solidão sem fim
Desses artistas sem futuro
Eu quero tudo só pra mim
Eu quero a alma de um cantor de bar vazio
Que insiste em cantar
Eu quero a alma de um cantor de bar vazio
Que insiste em cantar
vinicius castro - canção de amor
Eu cobri a vida inteira
E a razão, tão traiçoeira,
Era só um fino cobertor
Eu firmei o meu domínio
Nas bases do raciocínio
Numa terra de equações de amor
Mas agora vem o tempo
Contrário do pensamento
Sem ter lógica, sem ter pudor
Em que a busca da verdade
Da função e sanidade
Não é mais que uma canção de amor
Os limites da ciência
E o olhar da inteligência
Não são mais que uma canção de amor
As palavras de hombridade
Na busca da sobriedade
Não são mais que uma canção de amor
O valor e seus valores
Melodias e cantores
Não são mais que uma canção de amor.
vinicius castro - cara metade
Cara Metade
(Vinicius Castro)
A minha cara lavada
Retorcida, estendida ao sol no varal
Ri da sua cara fechada
Que ta de mal com a vida em pleno carnaval
A minha cara quebrada
Varrida pra debaixo de um tapete qualquer
Ri da sua cara amassada
De quem não acordou, mas já está de pé.
A sua cara por cima
E a minha cara no chão:
Você, minha cara,
Ã? metade da minha solidão
Você quer passear de caravela
Eu vou entrar pro caratê
Você vai me comprar um caramelo
E eu vou me apaixonar de cara
Por você com seu sapato de camurça
E eu digo o que não quero dizer
Mas e se te servir a carapuça
Me diz o que que eu posso fazer?
Você é bola na caçapa
Com essa sua cara de pau
Eu dou a minha cara à tapa
E você não reclame no final
vinicius castro - carcaça
Pela mulher que te perdoa todo dia
Pelo patrão que te explora a força bruta
E pela vida que te engole em goles rasos:
Quem aqui será contrário à razão que Deus criou?
Ã? pela força que se esvai em doses curtas
Ã? pela raiva que te queima o peito magro
Por tudo aquilo que te prende à lama quente:
Quem aqui será clemente à razão que Deus criou?
Pela gravata, pelo teu itinerário
Pela ganância, pela lógica cristã
Pela bravata e o bom senso do carrasco
Por pelo menos uma lágrima de amor
Ã? pela língua, pela pele e pelo pêlo.
Ã? pelo couro arrancado sem ter dó
Ã? pela brasa que te marca a carcaça
Quem aqui não acha graça da razão que Deus criou?
Ã? pelo solo que se racha ao toque da água
E te lapida em caule seco: alma em pó
Pelas questões de natureza bestial
Quem aqui acha legal essa razão que Deus criou?
Pela chantagem, pelo teu estelionato
Pelo Inato subornando tua visão
Por tudo aquilo que de fato é real
Quem aqui acha normal essa razão que Deus criou?
Em nome da guerra,
Da honra
E de tudo que convém:
Em nome do pai,
Do filho
E do espírito de alguém.
vinicius castro - casa ao revés
Ã? ela que acorda cedo e vai trabalhar
Para assegurar o alimento do seu lar
Ã? ela que volta a noiten e vem reclamar
Querendo o jantar e um bom banho pra relaxar
Mas quem faz a barba aqui sou eu! (Mas quem manda é ela)
Quem faz a barba aqui sou eu!
Mas quem faz a barba aqui sou eu, mulher de Deus!
Quem faz a barba aqui sou eu!
Ã? ela que faz segredo e não quer contar
Para assegurar o seu direito de pensar
Ã? ela que sai a noite
E vai festejar seu próprio luar
Com os amigos na beira do mar
Mas quem faz a barba aqui sou eu! (Mas quem manda é ela)
Quem faz a barba aqui sou eu!
Mas quem faz a barba aqui sou eu, mulher de Deus!
Quem faz a barba aqui sou eu!
Ela sente prazer sozinha
Ela se diverte sozinha
Ela pensa em seguir sozinha
E até mata barata sozinha
Mas quem faz a barba aqui sou eu! (Mas quem manda é ela)
Quem faz a barba aqui sou eu!
Mas quem faz a barba aqui sou eu, mulher de Deus!
Quem faz a barba aqui sou eu!
vinicius castro - linha do tempo
Passam fatos e dados e datas
Nesta areia que mede o momento
Passam meses e marcos e marcas
Caminhando na linha do tempo
Passam carros e barcos e barcas
Pela ponte elevada no vento
Passam rios e mares e águas
Erodindo, na lida do tempo
E que passe também toda mágoa
Passe todo e qualquer desalento
Passe tudo, que tudo passa
Esquecido na lista do tempo
vinicius castro - pecado original
A gente tenta esquecer
Que não tem nada de especial
Que as mesmas páginas em branco
De sempre agora são mais bonitas
A gente tenta esquecer
Que não tem nada demais
Que as mesmas promessas batidas
De sempre agora são muito mais
Já não dá pra continuar
E parece que você nem percebeu
Faz de conta que não pode pagar
E quem paga os seus pecados sou eu
O nosso livro não é Best-seller
O nosso filme não é de Hollywood
A nossa história é tão normal
E o seu pecado...
O seu pecado não é nada original
A gente tenta esquecer
Que sempre faz tudo tão igual
Nas mesmas histórias
Nas mesmas apostas que agora são reais
A gente tenta esquecer
Que nada mudou
Eu nunca fui o Paul
E você nem é tão Linda assim
Então deixa...
Nem todo mundo tem sorte no amor
Então deixa...
Nem todo mundo tem a manha do jogo
vinicius castro - roque das antigas
Adão, toma cuidado com a tua costela
Que é tudo que ela quer de você
Aquiles, vá calçar um bom sapato depressa
Que o teu calcanhar não pode aparecer
Sansão, eu vou te dar um conselho
Esconde o cabelo ao anoitecer
Sansão, eu disse: fica esperto!
Com um olho aberto ao adormecer
Midas de que serve esse grande tesouro
Se tudo que é ouro não da pra comer?
Ícaro, esquece essa coisa de asa
Que Santos Dumont ainda ta pra nascer
Ulisses, vê se tapa essa orelha
Que essa sereia insiste em cantar
Ulisses, vê se acerta esse mapa
Pra voltar pra casa e pra descansar
Você que já andou pelo céu e pelo inferno
Me diz como era antes de saber
Dessas verdades do eterno
Você que já andou pelo inferno e pelo céu
Dante, me diz como era antes
De botar essas verdades no papel
Nero, vê se para com essa tua mania
Senão algum dia alguém vai se queimar
Narciso, dá um tempo, vê se larga esse espelho
E é esse o conselho que eu posso te dar
Ã?dipo, não faça besteira!
Que dessa maneira não vai enxergar
Ã?dipo, não digo mais nada
Que essa furada é familiar
vinicius castro - sangramento
Vai, devolve meu formato
Que hoje o meu sapato
Já não cabe em mim
Vai, me alforria o peito
Que hoje a cruz no leito
Rasga o meu cetim
Vai, renova o guarda-roupa
Que hoje a carne é pouca
Pra tanto algodão
Vai mas saiba, sobretudo,
Que hoje o sobretudo
Arrasta pelo chão
Vai, me autoriza o riso
Que hoje eu só preciso
De mais circo e pão
Deixa eu me esquecer da história
Me concede a glória
De outra encarnação
Vai, que esse meu corpo roto
Agora é só um porto
De injúria e dor
Submerge nossa nau perdida
Pra que eu nem consiga
Relembrar da cor
Vem, reforma minha alma
Remodela a calma
Com pedra-sabão
Vem, me reconstrói a cara
Em pedras de carrara
Me remenda a construção
Vem, vê se suporta o fardo
Que hoje o mesmo dardo
Crava um peito ateu
Vem e me estanca a tempo
Que esse sangramento
Ainda é sintoma teu
vinicius castro - segundas intenções
Segundas Intenções
(Vinicius Castro)
Eu te prometo as estrelas
E todas as constelações
Eu te prometo os planetas e os cometas
Mas nas devidas proporções
Eu te prometo o mar
E rios aos borbotões
Eu te prometo cachoeiras ao luar
Mas nas devidas proporções
Eu sei que pode parecer
Bem melhor nas ilusões
Só te ofereço uma rosa do buquê...
Mas com a melhor das intenções!
Eu te prometo continentes
E ilhas para os casarões
Eu te prometo toda terra, simplesmente,
Mas nas devidas proporções
Eu te prometo o ar
O hélio pros teus balões
Eu te prometo aviões pra decolar
Mas nas devidas proporções
Eu sei que pode parecer
Bem melhor nas ilusões
Só te ofereço uma rosa do buquê...
Mas com a melhor das intenções!
vinicius castro - marcas
Marcas
(Danilo Pereira/Vinicius Castro)
As janelas deixaram escapar
Os odores de uma noite sem dormir
E o tapete parece ocultar
As cinzas do cigarro de alguém
Se as paredes conseguiram abafar
Os gemidos de dois corpos já reféns
Maquiagem e pó pra disfarçar
As marcas que não convém
Marcas que vão e vêm
O ventilador no teto a rodar
Espalha a fumaça
E o abajur que insiste em brilhar
Ilumina quem passa
Só o espelho parece anunciar
E o lençol já não cheira a ninguém
Maquiagem é só pra disfarçar
As marcas que não convém
Marcas que vão e vem
O silêncio se esvai pelo corredor
E as garrafas transbordam no chão
Um drink a mais de licor
E um filme qualquer na televisão
De repente parece girar
A cabeça e o quarto também
Maquiagem é só pra disfarçar
As marcas que não convém
Marcas que vão e vem
Cds vinicius castro á Venda