MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
sérgio ricardo - emília
Pobre de mim
Emília me traga uma notíca boa
Pirlimpimpim, se não chover
É vento ou é garoa
Pobre de mim
Emília me traga uma notíca boa
Pirlimpimpim, se não chover
É vento ou é garoa
Mais do que ser passarinho
Anjo, boneca, gente, assombração
É ser que nem é Emília
Campina, campo, espaço e amplidão
Mais do que ser sabida
E ter segredos que fazer magia
É ser que nem é Emília
Fonte, chama, sopro, ventania
Por mais que o sol se esconde
Cruzes se cravem no raiar do dia
Por mais que o sol se esconde
Cruzes se cravem no raiar do dia
Pobre de mim
Emília me traga uma notíca boa
Pirlimpimpim, se não chover
É vento ou é garoa
Pobre de mim
Emília me traga uma notíca boa
Pirlimpimpim, se não chover
É vento ou é garoa
Mais do que ser passarinho
Anjo, boneca, gente, assombração
É ser que nem é Emília
Campina, campo, espaço e amplidão
Mais do que ser sabida
E ter segredos que fazer magia
É ser que nem é Emília
Fonte, chama, sopro, ventania
Por mais que o sol se esconde
Cruzes se cravem no raiar do dia
Por mais que o sol se esconde
Cruzes se cravem no raiar do dia
Pobre de mim
Emília me traga uma notíca boa
Pirlimpimpim, se não chover
É vento ou é garoa
Pobre de mim
Emília me traga uma notíca boa
Pirlimpimpim, se não chover
É vento ou é garoa
Pirlimpim se não chover
É vento ou é garoa
Pobre de mim
Emília me traga uma notíca boa
Pirlimpimpim, se não chover
É vento ou é garoa
Pobre de mim
Emília me traga uma notíca boa
Pirlimpimpim, se não chover
É vento ou é garoa
Pirlimpimpim se não chover
É vento ou é garoa
Pirlimpimpim se não chover
É vento ou é garoa
sérgio ricardo - terra seca
(Trabalha, trabalha, nego)
(Trabalha, trabalha, nego)
Nego tá moiado de suor
As mãos do nego
Tá que é calo só
Ai, meu senhor
Nego tá véio
Não aguenta
Esta terra tão dura
Tão seca, poeirenta
(Trabalha, trabalha, nego)
(Trabalha, trabalha, nego)
Nego pede licença pra parar
Nego não pode mais trabaiá
(Trabalha, nego)
Nego tá moiado de suor
(Trabalha, trabalha, nego)
As mãos do nego tá que é calo só
(Trabalha, trabalha, nego)
Ai, meu senhor
Nego tá véio
Não aguenta
Esta terra tão dura
Tão seca, poeirenta
(Trabalha, trabalha, nego)
(Trabalha, trabalha, nego)
Nego pede licença pra parar
Nego não pode mais trabaiá
Quando o nego chegou por aqui
Era mais vivo e ligeiro que o saci
Varava estes rios
Estas matas
Estes campos sem fim
Nego era moço e a vida
Um brinquedo pra mim
Mas esse tempo passou
E esta terra secou
Ô, ô, ô, ô
A velhice chegou
E o brinquedo quebrou
Ô, ô
Sinhô
Nego véio tem pena de ter se acabado
Sinhô
Nego véio carrega este corpo cansado
Mas esse tempo passou
E esta terra secou
Ô, ô, ô, ô
A velhice chegou
E o brinquedo quebrou
Ô, ô
Sinhô
Nego véio tem pena de ter se acabado
Sinhô
Nego véio carrega este corpo cansado
sérgio ricardo - a fábrica
A fábrica faz assim
Tic tic plim
Tic tic plim plom
Pra se viver
É preciso da mulher
Mas como é que uma mulher vai viver
Com um homem sem vintém
Pois muito bem
É preciso trabalhar
Eu trabalho
Dou um duro danado
Apertando parafuso
Pra lá e pra cá
Morena você bem merece
Todo o mundo que eu não dou
Carinho é tudo que eu tenho pra lhe dar
Hoje eu sonhei
Tic tic plim
Tic tic plim plom
Que não se tinha mais que pagar o aluguel
Tic tic plim
Tic tic plim plom
Que se comia bife batata e até pastel
Tic tic plim
Tic tic plim plom
Que eu era dono de uma roda gigante e carrocel
Tic tic plim
Tic tic plim plom
Uma menininha cheirosa e parecida com nós dois
Que sorriso tão rosa tão cheio de graça
A morena me deu
Mas a danada da fábrica apitou
Acordei
Acordei
Eu vim trabalhar
Mas acordei
sérgio ricardo - a noite do espantalho
Sou cantador de Cajazeira
E vim cantar a minha gente
Gente que não foge do aço
Gente que não corre de macho
Nem de onça ou de mulher
Venho cantar a minha gente
Lá das bandas de Cajazeira
Onde um coronel diz que é dono de tudo
Coronel Fragoso
Horroroso, viúvo, velho, e "varrigudo"
Como dizia o bom Joaquim pelas ruas de Piancó
Fazendo chacota dele
Quando alguém dizia que em compensação
Ele tinha a casa mais bonita da cidade
Quero um cantinho nessa feira
Prá eu cantar a minha gente
Gente que não foge da terra
Gente que não corre de guerra
De arruaça e o que vier
E não foge tampouco do coronel Fragoso
De quem todo mundo corre
E quase se borra de medo
Quando ele vem subindo a jaqueira
Enfezado com a debandada de sua gente
Ou com a seca do sertão
Quem quizer que venha ver meus causo
Que eu conto com satisfação pra clarear as cabeças
De bom pensar
Sobre o acontecido em Cajazeira
Lá onde um coronel diz que é bom que só Deus
Porque dá metade pra quem planta
e cuida do seu gado
Quem quiser que venha ver
se está tudo certo ou errado
No meu causo acontecido
Se gostar que faça uso e bom proveito
Se não gostar
continue deixando tudo esquecido
***
Tem dó dele tem
tem dó dele que ninguém tem
dó só dele tem
quem carece de dó também
***
Êta mineiro ê
Êta mineiro a
Venha cá que eu trago história
Venha cá se arrepiar
Toda história que se conta tem mentira dentro
Tem valente que não é valente
Tem tristeza que não leva a gente
Tem amor que acaba de repente
Tem chão verde que não dá semente
Êta mineiro ê etc?.
Toda mentira que se conta tem verdade dentro
Tem covarde que um dia é valente
Tem tristeza funda que só cacimba
Tem amor que dura mais que a gente
Até chão seco um dia dá semente
Êta mineiro ê etc?.
***
Atenção se esconda agora
Bota a capela no padre
Tira o padre da capela
Bota a janela na moca
Tira a moça da janela
que aí vem desembestado
o mais cruel e malvado
jagunço dessa onça de terra
Meu nome é Zé do Cão
Jagunço não nego não
A vida me deu por sorte
Levar a morte pelo sertão
Meu nome é Zé do Cão
De morte ainda intero mil
Meu Deus é minha peixeira
e meu padroeiro o Santo fuzil
***
Não sei mais sorrir
Não sei mais chorar
Vou fazer das penas
Do meu penar
Uma ave branca
E sair pro céu
E seguir no céu
Os caminhos do mar
E olhar o mar
E ficar no mar
E deixar no mar
A pena e o penar
E depois voltar
Sem pena e penar
E depois sorrir
E depois chorar.Bento Terêncio Severino e Lucas
Vem cá vem cá me ouvir
Não tá certo ir se embora
Não tá certo não partir
Quem parte morre la fora
Quem fica morre de não ir
Nossa reza é fé na terra
Fé nas mãos que a gente tem
Não adianta Zé Tulão
Vontade do coroné é faca de duas ponta
Eu sei disso meus irmão
O ano inteiro a gente só plantou
pra semente dar
Temo é que ficar
Pra cumprir nosso trato com seu coronel
Que vai ter de pagar
Não dá certo Zé Tulão
Chuva que é bom não cai
E não vai ter nada pra ninguem
vem o coronel pra levar a metade dele
e a nossa parte a seca já levou
nada disso não óxente
a nossa parte o coronel
vai ter que nos entregar
se a terra é dele
e a sêca é da terra
a sêca e a terra são lá
dos seu coroné
Pediu pra dizer olerê
Eu digo o que sei olará
Mas se não pedir olerê
Eu digo assim mesmo olará
Só falta dar o que não tem
Pra quem só tem e não que dar
***
Rei dos porões
Do reino animal
Macauã
Rei dos dragões
Do reino animal
Macauã
Satanáz diz que ele é seu pai
E a mãe de Zé Bedeu
Macauã
***
Primeiro dia de folga
Combinaram um mutirão
Veio todo o povoado
Ajudar o Zé Tulão
Bento Terêncio Serverino e Lucas
Homem mulher velho criança e cão
Todo mundo deu seu pouco
Até Maria do Grotão
Amarra o pau bate o pau
Segura com pau de forquilha
E bota um outro pau
Macacada amarra o pau etc?
Zé Tulão pagou com festa
O trabalho dos irmãos
Veio todo o povoado
Só ficou quem tinha dor
Bento Terêncio Severino e Lucas
Homem mulher velho criança e cão
Todo mundo abriu a roda
Pra Maria e Zé Tulão
Amarra o coco vai Tulão
Segura na cintura dela
e bate o pé no chão
Macacada
Amarra o coco etc?
Lá vou eu Tulão das estrelas
Tulão raio
Tulão das estrada
Lá vou eu
Êeeeee boi
***
Em noite de luar no céu
Maria do Grotão, ai, se deu
Um cão latindo ao longe
E Zé Tulão derrubou sua fulô
Os gemidos de Maria
Só quem pôde ouvir
Foi Mandacarú
Dorme que só é bom sonhar
Sonha que o mundo vai se acabar
Que a gente foi pra longe onde ninguém
Tem carência de levar
O que a gente fez nascer
Com trabalho e dor
Morte e amor.
***
Vamo falá lá com seu coroné
Que não tá certo não a gente dividir
De tanta vaca ficou umazinha só
De tanto milho uma espiguinhas só
E todo mundo quer
E tem razão de se querer
E todo mundo quer
Que tem seus filho e tem mulher
Que não tá certo ficar vendo
O mundo se acabar
No retão das amarguras
Nos rumos do mar
E todo mundo quer?
***
Fé na terra e pé na estrada
Ferra o pensamento e vamo andá
Olha a morte chegando
Na dança do amanhecer
Olha os anjos trazendo
Incelencas no seu cantar
Olha que é vem la longe
Os capetas todos do inferno
Vem pra levar mais um pecador
Olha os olhos da morte
Espiando em toda oração
Ouve o cantar dos anjos
Abrindo as portas do céu
Veja a vereda e o fogo
Trazendo o inferno em festa
Olho por olho em cada olhar
Virgem santa o meu medo é tanto
Que chego a me arrepiar
Quando vejo meus companheiros
Partindo pra não voltar
Nesta estrada desesperada
Chegança em nenhum lugar
Quando a terra se arrebenta
Sem jeito de consertar***
Boas tarde coroné
Se vem a seca a gente não tem culpa
A culpa é do céu
Se a terra é sua e a sêca é da terra
A terra e a sêca são do senhor Coroné
Nada disso não oxente
Já que a terra é minha então
É claro é minha também
A vaca Zabé
E as espiga de milho
E não tem nenhum macho que venha levar
Vamo sim seu coronel
E tamo aqui pra isso
E ninguém mais vai arredar pé
Se quiser por bem vamo lá se explicar
Se não quiser por bem
Marque hora e lugar
Pediu pra dizer olerê
Eu digo o que sei olará
Mas se não pedir olerê
Eu digo assim mesmo olará
Só falta dá o que não tem
Pra quem só tem e não qué dá
***
Primeira nuvem no céu
A tristeza se arribou
Veio todo o povoado
Só ficou quem tinha dor
Bento Terêncio Severino e Lucas
Homem mulher velho criança e cão
Todo mundo foi pro campo
Até Maria do Grotão
E vai chover chuva chover
E vai ter festa a noite inteira
Se chuva chover
macacada
E vai chover etc?
Lá vou eu Tulão das estrelas?
***
Severino me arresponda
Quantos burro deu a mula
Além desse que é Terém
Além de Terém deu a mula outro burro
que morreu com a sêca que vai e que vem
A terra é do coronel
Se vem a seca a gente não tem culpa
A culpa é do céu
Se a terra é dele
E a seca é da terra
A terra e a sêca são lá do seu Coronel
Nada disso não oxente
Se a terra é dele então é claro
É dele tambem
O que dá na terra o que cresce na terra
E é portanto dele o burrico Terem
O burro do coronel
Morreu com a seca e está na terra farta
Que deus lhe deu
O terém é a paga de quem trabalhou
E a minha conta só burro não percebeu
***
Zé Tulão é chegada a tua hora
Vá fazendo o teu último pedido
É na faca é na foice é no estampido
É no verso é na rima e sem demora
Já que tu vai correr comece agora
Que no fim da peleja esta Maria
Vai levar das minhas mãos a luz do dia
Que só sendo jagunço em qualquer lida
Pode o cabra possuir tudo na vida
E entregar a uma mulher toda alegria
Treme a terra e o trovão se arrebenta
Toda vez que um vaqueiro se enfurece
Mãos pro céu se levantam numa prece
Corre o fraco e o forte não se aguenta
Pára o rio o mar não se movimenta
E se então é por amor a luta dobra
Pois coragem de amar tenho e de sobra
Se acabou Zé do Cão prepara a cova
Que eu te pego te alejo e dou-te sova
E te faço rastejar pior que cobra
É o inferno no meu canto de guerra
Pois consigo arrancar da pedra o pranto
O meu nome é temido em todo canto
Onde voam as aves sobre a terra
E se existe um amor atras da serra
Não há nada que feche o meu caminho
Eu enfrento a vereda e todo espinho
Ouve bem Zé Tulão segura o tombo
Que eu te capo te esfolo caço e zombo
Sou leão e tu és o passarinho
Se é o inferno no teu canto de guerra
É no inferno o meu canto de paz
Por amor eu derrubo Satanás
Bem e mal são a luta desta terra
Mas comigo o que é mal a lança ferra
Corre Cão Pé de Vento e Lucifer
Corre todo diabo que vier
Pelo bem desse amor digo e não nego
Eu enfrento um batalhão e não me entrego
Zé do Cão tu pra mim é uma mulher
***
Bento, Terêncio, cadê eles
Foi o jagunço que matou
Bento, Terêncio, cadê eles
Foi o jagunço do coronel
A noite que tinha era escura
Que santo nenhum podia alumiar
Noite que só dá lobisomem
E os home do seu coroné
Mataram o Terêncio dormindo
E Bento que fazia um Bentinho
Pegaram todo milho que tinha
E a pobre da vaquinha Zabé
Zeferino ta morto no mato
E Lucas ficou sem cabeça
Só falta você Tulão
E é vem jagunço
***
Ê ? sai da toca seu jagunço
Que eu não mato à traição
Sai da toca seu macaco
Vem que eu te pego e te capo
Vem que eu dou conta de cinco
Vem que eu dou conta de seis
Vem jagunço traiçoeiro
Que eu mato um de cada vez
Tome peixeira no bucho
Agora é cinco o que era seis
Tome peixeira no bucho
Lá se foi um , dois e strês
Tome peixeira no bucho
Agora só tem nós três
Tome peixeira no bucho
Falta um pra interar seis.
***
Quando o corpo vai prum lado
e vai pro outro o coração
cante que só passarinho
jogue o corpo na canção
que o coração vê caminho
e os pés se movem no chão
****
Homem mulher velho criança e cão
Desce o corpo do vaqueiro
Que tambem era o jagunço
Todos dois num homem só
Joga terra em cima dele
Que seu nome é pedra é pó
***
Rei dos porões
Do reino animal
Macauã
Rei dos dragões
Do reino animal
Macauã
Satanáz diz que ele é seu pai
E a mãe de Zé Bedeu
Macauã
sérgio ricardo - a pena e o penar
Não sei mais sorrir
Não sei mais chorar
Vou fazer das penas
Do meu penar
Uma ave branca
E sair pro céu
E seguir no céu
Os caminhos do mar
E olhar o mar
E ficar no mar
E deixar no mar
A pena e o penar
E depois voltar
Sem pena e penar
E depois sorrir
E depois chorar.
sérgio ricardo - a praça é do povo
A praça é do povo
Como o céu é do condor
Já dizia o poeta
Dos escravos lutador
Outro poeta dizia
Que até o mar se levanta
Quando na praça em festa
É o povo quem canta
até o mar se levanta
até o mar se levanta
Quando na praça em festa
É o povo quem canta
Outro poeta lembrava
Dos tempos da alegria
Na voz do povo em festa
Enchendo a praça vazia.
sérgio ricardo - a procura
Procurou pelo sertão
Todo o mês de fevereiro
O Dragão da Maldade
Contra o santo Guerreiro
Procura Antonio das Mortes
Procura Antonio das Mortes
Todo o mês de fevereiro
Procura Antonio das Mortes
Procura Antonio das Mortes
Todo o mês de fevereiro!
sérgio ricardo - abertura
Vou contar uma história
Na verdade e imaginação
Abra bem os meus olhos
Pra enxergar com atenção
Ã? coisa de Deus e Diabo
Lá nos confins do sertão
sérgio ricardo - aleluia
Che Guevara não morreu
Não, não morreu, Aleluia
Che, eu creio no teu canto
Como um manto em minha dor
E que todo desencanto
seja ressuscitador
Vejo o mundo dividido
Contenplando o reviver
Da esperança que morria
No silêncio do teu ser
Che Guevara não morreu
Não, não morreu, Aleluia
Che, eu creio seja eterna
Esta rosa agreste e branca
Brotada no teu sorriso
Que nem mesmo a morte arranca
E que siga em tua estrada
Outro irmão com tua mão
Com teu fuzil retomado
Com teu risco e decisão
Che Guevara não morreu
Não, não morreu, Aleluia
Che, eu creio em tua volta
Sem dar muita explicação
Como a folha vai no vento
Como a chuva no sertão
Ouço a América entoando
Novamente o canto teu
Espalhando pelos campos
A morte que não se deu
Che Guevara não morreu
Não, não morreu, Aleluia
sérgio ricardo - além do mais
Além do mais há esta noite
Tão fosca, sem céu
E esta rua tristonha
Com brumas no ar
Até parece fantasma
Este homem que passou
Riscou na bruma um assobio
Que na esquina se apagou
Um mulher a esperar
Que da bruma lhe surja
Um amor pra um momento infeliz
Um pobrezinho descalço
Gritou na umidade
- olha a noite
- olha o tempo ruim
Por sobre a bruma há uma lua
Que a gente não vê
Que chorou todas estrelas
Tanto olhou pro chão
Foi pra não ver esta rua
Que a lua a bruma mandou
Talvez previsse que eu vinha
De braço com a solidão.
sérgio ricardo - antônio das mortes
Jurando em dez estrelas
Sem santo Padroeiro
Antônio das mortes
Matador de cangaceiro
Matador de cangaceiro!
Matador, matador
Matador de cangaceiro!
sérgio ricardo - barravento
Noite de breu sem luar
La vai saveiro pelo mar
Levando Bento e Chicão
Na praia um pranto e uma oração
Se barravento chegar
Não vai ter peixe pra vender
Filho sem pai pra criar
Mulher viuva pra sofrer
Salve mãe Iemanja, barravento
Não deixe ele chegar
Salve meu bom Chicão, barravento
Salve mãe Iemanja
Não quero mais viver, Janaina
Se Bento não voltar
Meu coração vai ser barravento
Salve mãe Iemanja
sérgio ricardo - beto bom de bola
Como bate batucada
Beto bate bola
Beto é o bom da molecada
E vai fazendo escola
Tira de letra a pelada
Com bola de meia
Disse adeus à namorada
A lua é bola cheia
A cigana viu azar
Mas Beto não deu bola
E aceitou a proteção
Do primeiro cartola
Nas manchetes de jornal
Bebeto entrou de sola
- Extra !
- O novo craque nacional
- É o Beto Bom de bola
(Bis) - É, é, é ou não é
Até parece o Mané
E foi pra Copa buscar a glória
E fez feliz a nação,
no maior lance da história,
Atenção ! Beto com a bola
Avança o furacão
Zero a zero no placar
É grande a confusão
Vai levando a Leonor
Rompendo a marcação
Driblou dois e agora invade
A zona do agrião
Leva um chute na canela
E vai parar no chão
Se levanta ainda com a bola
Domina o balão
Capengando dribla o béque
Que pertardo , pimba
Gooooool !!
E foi beijar o véu da noiva
O Brasil campeão !
(Bis)- É, é, é ou não é
Até parece o Mané !
E foi-se a Copa e foi-se a glória
E a nação se esqueceu
do maior craque da história
Quando bate a nostalgia
Bate noite escura
Mãos no bolso e a cabeça
Baixa, sem procura
Beto vai chutando pedra
Cheio de amargura
Num terreno tão baldio
O quanto a vida é dura
Onde outrora foi seu campo
De uma aurora pura
Chão batido pé descalço
Mas sem desventura
Contusão, esquecimento
Glória não perdura
Mas,
Se por um lado o bem se acaba
O mal também tem cura
(Bis) - É, é, é ou não é
Até parece o Mané
Homem não chora
por fim da glória
Dá seu recado
enquanto durar sua história.
Vai se olhar no espelho
E vê
Mané Garrincha
sérgio ricardo - bezerro de ouro
Os bancos de caixa forte
Que eram rochas se quebraram
E um rio de dinheiro correu
Os habitantes da Terra
Tão descuidados pescadores
Içaram velas ao vento
Pra se afortunar
Pesca o dólar
Pesca o rublo
E a libra esterlina
Pesca as tranças
Empenhadas
Da pobre menina
Pesca o amor que foi vendido
Protestando estima
O dinheiro faz dinheiro
E esse rio multiplicou-se
E a Terra submergindo naufragou
E os habitantes da Terra
Tão descuidados pescadores
Se afogaram no dinheiro
Sem se aperceber
Pesca o dólar?
Um banqueiro precavido
Dono da arca poude salvar-se
Levando remanescentes
Para o amanhã
Umas tranças de menina
Tão empenhadas de esperança
E um bezerro de ouro
Lacrimejado em brilhantes
Pesca o dólar?
sérgio ricardo - bouquet de isabel
Casou Maria, com Zé casou
Jogou o bouquet
Solteirona Isabel pegou
Isabel?
No seu quarto, sozinha
e distante da gente,
chorando
desfolha um bouquet?
Isabel
Toda vez que uma amiga casava,
comprava um vestido
Se empoava pra ver
Se arranjava também casamento
Porque era um tormento
Viver sem ninguém
Mas o tempo passando esquecia
De dar-lhe algum dia
Um noivo também
E ela agora já sabe que a vida
Tornou-a esquecida
Por tudo e por quem
Isabel, diz num olhar esquisito
Num sorriso aflito :
- Pra que o bouquet ? pra que ?
E nervosa ela desce o decote
E ajusta um saiote
Pra forma se ver
E ajeita o cabelo pra frente
Que a faz de repente
Rejuvenescer
E ao sair olha o quarto calado
Onde fica um passado
E pelo chão um bouquet
Acabou
Solidão
De Isabel
Cds sérgio ricardo á Venda