MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
os bertussi - amor del alma
Porque te cansas da vida
Porque não entendes me amor
Porque pensar em traição
Se somos um coração
Amor que brota da alma
Com este que em mim brotou
Terá que ter um carinho
Que só Deus abençoou
Tu sabes que mim'alma
Viveu entre teus braços
A história de amor
Que eu tanto sonhei
Tu sabes que a muito me faz em pedaços
E em pensares que nunca te amei
Se às vezes muito choraste
Esqueças a tua dor
Atrás deixe o passado
Que a frente tens meu amor
Porque amor que brota da alma
Como este que em mim brotou
Terá que ter um carinho
Que só Deus abençoou
Tu sabes que mim'alma
Viveu entre teus braços
A história de amor
Que eu tanto sonhei
Tu sabes que a muito me faz em pedaços
E em pensares que nunca te amei
os bertussi - loira casada
Domingo levantei cedo
Fui festa em São Sebastião
Me encontrei com uma loirinha
Que doeu no coração
Fiquei todo entusiasmado
Desde a hora em que eu lhe vi
Linda loira flor da serra
Lá da beira do Rio Caí
Quando eu vi esta donzela
Toda de vestido branco
Cabelo loiro ondulado
Bela flor cheia de encanto
Eu falei pro meu irmão
Isto foi na mesma hora
Se ela não topar comigo
Eu pego a gaita e jogo fora
Quando eu olhava pra ela
Ela me olhava e sorria
Até que eu fiz um sinal
De que ela correspondia
Quando eu vi que dava jeito
Fui com ela conversar
Que loirinha tão bonita
Que gaúcha de abafar
Eu cheguei, disse pra ela:
Não me faço de rogado
Eu gostei do teu jeitinho
Porque estou apaixonado
Ela foi me respondeu:
Sei o quanto estou errada
É que sou comprometida
É que eu já sou casada
E ela ainda me falou
Moço não pense mal de mim
Eu fiquei apaixonada
Desde a hora em que eu lhe vi
Moço você vá-se embora
Nunca mais fale comigo
Mas se eu não fosse casada
Eu ia embora contigo
E eu fui disse pra ela:
Não te esqueça o que eu te digo
Se tu não fosses casada
Eu te levava comigo
Mas agora eu vou-me embora
De ti nunca esquecerei
Vou-me embora desta terra
Volto aqui
Quando não sei
os bertussi - baile na serra
Pego na gaita e canto essa melodia
Me lembrando de um baile que eu fui a poucos dias
Foi lá na serra em casa do Mané Romão
E eu tinha um companheiro que era o meu irmão
E o gaiteiro um gaúcho resolvido
Na gaita fez um tinido e já começou a tocar
Tocou um xote pra dançar afigurado
E dos seus versinho rimado já começou a cantar
E uma morena do corpo enfeitiçado
Deu uma olhada pro meu lado e já com ela eu fui dançar
E o meu irmão com uma moça de encarnado
Saiu dançando apertado, coisa de se invejar
Com a morena sai falando baixinho
Devagar e bonitinho e o namoro se arrumou
Mas meu irmão saiu muito apertado
Com a moça de encarnado e o pai dela não gostou
E a meia-noite deu uma briga lá num canto
Quebraram uns três, quatro bancos por causa do meu irmão
De madrugada se acharam novamente
Fedeu a pau e porrete, e a revolver e a facão
Eu sou um qüera que gosto de reboliço
Já me meti no enguiço só pra vê o que ia dar
Me apertaram, me cercaram em cinco ou seis
Dei uns tombo nuns dois, três e não puderam me cortar
O meu irmão índio mal de pensamento
Arranco das ferramenta e muita gente ele cortou
E assim foi até clariar o dia
Pois ninguém mais se entendia até que o baile se acabou
os bertussi - cavalo preto
Fui passear lá na cidade
No meu preto marchador
Dei uma volta na praça
Uma moça me chamou
Me venda o cavalo preto
Oito mil Cruzeiros dou
Sei que é de um gaúcho
E gauchinha eu também sou
Não vendo o cavalo preto
Não tenho ele pra negócio
Não alugo e não empresto
Com ele eu não tenho sócio
Não há prata e não há ouro
Que consiga o tal divórcio
Se eu vender o cavalo preto
Depois eu sinto remorso
Gauchinho,gauchinho
Aperte bem minha mão
Me venda o cavalo preto
Que eu te dou meu coração
Peguei na mão da gaúcha
Nunca vi mais delicada
Puxei ela pro meu lado
Se chegou toda aflorada
Porém nos seus olhos pretos
Naquelas faces rosadas
Pode levar meu cavalo
Ele não lhe custa nada
Dei meu preto de presente
Arranjo outro se puder
Entreguei pra gauchinha
Ela faça o que quiser
Agora que eu vi bem
Meu fraco todo é mulher
Meu cavalo dei de presente
E voltei pra casa de a pé
Gauchinho,gauchinho
Faça um rancho pra nós dois
O teu cavalo vai hoje
Teu coração vai depois
os bertussi - são francisco de cima da serra
Na minha terra tudo é alegria
Tenho orgulho em lá morar;
Ã? São Francisco de cima da serra
Onde o touro berra desde o sol raiar.
Passo a semana sempre gauderiando
No campo imenso do meu torrão
Cavalo bom e cachorro ensinado
Que tira o gado lá do restingão.
Numa tropeada se uma res refuga
E dando um jeito pra me escapar
Desato o laço e meto o meu picaço
E dou uma armada para segurar.
E nos domingos lá no povoado
Tomo uns margo com a gauchada
Pego uma gaita e invento uns versos
Tudo certo e não e f alta nada.
Em São Francisco todos são amigos
Povo que honra sua tradição
Eu me despeço e minha gaita eu fecho
E levo todos no meu coração.
os bertussi - a gaita do falecido
Quando eu partir não quero grito e nem choro
Por que eu não quero que a tristeza vá comigo
Peguem minha gaita que pra mim vale um tesouro
E vão tocando até meu derradeiro abrigo
Naturalmente que ao chegar no cemitério
O porteiro não vai deixar entrar tocando
Até ali já fizeram como eu quero
Larguem da gaita e podem continuar rezando
A minha gaita vou deixar como lembrança
Pra algum dos filhos que tiver a vocação
O que eu não quero ela em mão de criança
Andar rolando pelos banco ou pelo chão
Ah minha esposa quero deixar um pedido
Enquanto ela de mim se recordar
Se por ventura arranjar outro marido
Na minha gaita não é pra deixar tocar
Não é ciúme não é nada não é intriga
Pouco me importa depois que eu tenha morrido
Tudo o que eu quero é que o malvado nunca diga
Fiquei com a gaita e a muié do falecido.
os bertussi - ades moçada
Adeus moçada que eu já vou embora
De eu partir esta chegando a hora
A festa esta terminando
Ã? hora de ir me retirando
Adeus morena que eu já vou embora
Comigo, pois não vai ninguém
Te levo no pensamento
E no coração vou te guardar bem.
Vou embora lá pra serra
E num ranchinho eu vou morar
Levo junto minha sanfona
Para tristeza nós espantar.
Linda morena o que eu te peço
E que sempre me queira bem
E esse peito que está cantando
Há de te querer também.
os bertussi - cantando ao paraná
Oh, meu Paraná querido vai este verso cantado
Do fole desta cordeona sai um abraço apertado
Por este pago sempre tenho viajando
Por isto estou cantando a este grande estado.
Oh, meu Paraná querido orgulho sul brasileiro
Ã? um estado vibrante povo alegre e hospitaleiro
Oh, Paraná querido e canto com devoção
Por onde quer que eu ande te levo no coração.
Nas jornadas desta vida cantando pelos rincões
Levando sempre alegria para muito corações
Cantar este estado forte é um orgulho sem fim
Nas cidades tem progresso, teus campos são um jardim.
os bertussi - o tropeiro
Pelo grito se conhece, vem lá longe o tropeiro
Já se ouve a boiada e as batidas do cincerro
A tropa vem se espalhando, vem seguindo o madrinheiro
E lá no coice da tropa, sempre alegre altaneiro
Junto com a peonada, vem gritando o tropeiro
E na costa de um capão, ou na beira de uma aguada
O tropeiro encosta a tropa, para fazer a sesteada
Tirando de uma bruaca, a chaleira enfumaçada
Um saco de revirado, carne gorda bem charqueada
No entrar a boca da noite contando suas gauchadas
Em cima de seus pelegos, vai deitando a peonada
No romper da madrugada, cantando sua toada
Se ouve o grito do ronda, botando a tropa na estrada
E o tropeiro vai embora, seguindo sua jornada
Só o rastro da tropa fica, pela estrada empoeirada
os bertussi - casereando
A noite turva era um breu
A lua estava em férias no infinito
Somente sobre os tentos de um catre vazio
Dava corda no relógio um grilito
Uma coruja chia espantando os cavalos
A cachorrada uiva quebrando o silêncio
Uma pulga chega pedindo pousada
Acampada nos pelêgos do Terêncio
(Sou caseiro, casereando, casereiro
Nos ranchos, nas fazendas e onde ande
Sou feliz por ter nascido aqui no sul
E fazer parte deste querido Rio Grande)
Me reviro, perco sono e vou pensando
Em tesouros, causos de assombração
Um galo canta, se dormiu, não sei se ouviu
O pingo baio relinchando no galpão
Vou tirar leite a vaca estranha e senta as patas
Galinha e porco, reclamando seu quinhão
Pego o sogueiro e dou um jeito na recolhida
Nem tive tempo de tomar meu chimarrão
Conto nos dedos quantos dias ainda faltam
Pra sair do compromisso e da rotina
Comer comida feita por mão de mulher
E ir pro povo me encontrar com alguma china
Tomar um trago, parceiro do índio vago
Dar uma bailada nas bailantas da costeira
Contar ao patrão que aqui tá tudo bem
Se for preciso eu casereio a vida inteira
os bertussi - desculpe
Desculpe se não lhe agrada minha estampa de índio vago
Eu trago dentro do peito toda a glória do meu pago -
Sou quero-quero monarca, defensor desta querência,
Eu tenho o cheiro da terra perfumando minha existência!
Desculpe deste meu jeito meio quieto desconfiado
Não sou de pegar com a mão, pra chegar eu tenho lado
Não brinco com marimbondo, nem pactuo com carancho,
Não danço em baile de cobra, não abro porta de rancho!
Desculpe de minha tenência de gaúcho cantador
Eu só canto nos meus versos o que é nosso e tem valor
Não me troco pro promessa, nem bajulo figurão,
Eu venho de sangue farrapo forjado na tradição.
Desculpem de minha fama, o que dizem por ai
Eu sou do jeito que sou, me criei como nasci -
Eu sou a sombra do pago em qualquer lugar que ande
Eu sou a força da raça, crioula do meu rio grande.
os bertussi - estou de volta tio totonho
Te prometi, negro velho, de uma feita em teu bolicho
E voltei pra manear o cambicho com essa mulata bonita
Que até mais mimosa fica quando a revejo num sonho
Sai casório Tio Totonho com a neta da Negra Chica!
Me apeei lá no bolicho parecia quase um sonho
De rever o meu cambicho lá no compadre totonho
Nego medonho vim de novo bater coxa
Chacoaia as anca na vanera com a morocha
Baila mulata o balance balança frouxa
Com a neta da Negra Chica hoje eu vou juntar minhas trouxas
Hôi Negra Chica que saudade do tempero
Do feijão preto mexido e do puchero
Mexe as panela no remelexo da dança
Só quem cai no bate-coxa a noite inteira forra a pança
Saio a cavalo e levo o sonho engarupado
Batendo casco no upa e upa e bem casado
O bate coxa no totonho é afamado
É o Rio Grande a chão batido nos terreiros do povoado
os bertussi - galo dourado
Perguntei para meus pais
Não souberam me dizer
Se eu chorava ou cantava
Quando me viram nascer
Pois no terreiro do pago
Me criei batendo asas
Igual um galo dourado
Cantando ao redor da casa
Sempre de espora bem firme
E bico bem afiado
No rinhadeiro da vida
Muitas vezes fui jogado
Não perdi nem empatei
Ganhei sempre bem folgado
Cantando e batendo asa
Igual um galo dourado
Certa feita numa rinha
Topei um galo afamado
Ele era pescoceiro
Peleador acostumado
A notícia já correu
Foi jogo pra todo lado
Dei-lhe um puaço no ouvido
Já caiu desenganado
O bater da minha asa
Todo mundo já conhece
Na espora eu trago a fama
Dentro do que acontece
O meu bico não se cala
Desde a hora que amanhece
Terreiro que estou cantando
O galo só não aparece
os bertussi - gaudério
Poncho e laço na garupa
Do pingo quebrei o cacho
Dum zaino negro
Gordacho
Assim me soltei no pampa
Recém apontando a guampa
Pelito grosso de guacho
Fui pelechando na estrada
Do velho torrão
Pampeano
Já serrava sobreano
Cruzava de um pago a outro
Quebrando queixo de potro
Sem nunca ter desengano
Fui conhecendo as estâncias
O dono, a marca, o sinal
Churrasco que já tem sal
Guaiaca que tem dinheiro
Cavalo que é caborteiro
E o jujo que me faz mal
Conheço todo o Rio Grande
Qualquer estrada ou atalho
Quando me seco trabalho
Na velha lida campeira
Corro bem uma carreira
Manejo bem o baralho
Na tava sempre fui taura
Nunca achei parada feia
Quando parceiro cambeia
Distância de nove passo
Quando espicho bem o braço
Num tiro de volta e meia
Num bolicho de campanha
De volta de uma tropeada
Botei ali uma olada
A maior da minha vida:
Dezoito sorte corrida
Quarenta e cinco clavada
E quanto baile acabei
Solito, sem companheiro
Dava um tapa no candeeiro
Um talho no mais afoito
Calçado no trinta e oito
Botava pra fora o gaiteiro
Trancava o pé no portal
Abria a porta da sala
Entre bufido de bala
E a providência divina
Só manotaços de china
Rasgando a franja do pala
Ninguém me toca por diante
Nem tampouco cabresteio
Eu me empaco e me boleio
Não paro nem com sinuelo
E tourito de outro pelo
Não berra no meu rodeio
Não quero morrer de doença
Nem com vela na mão
Eu quero guasquear no chão
Com um balaço bem na testa
E que seja em dia de festa
De carreira ou marcação
E peço, quando eu morrer
Não me por em cemitério
Existe muito mistério
Prefiro um lugar deserto
E que o zaino paste perto
Cuidando os restos
Gaudério
E vou levar quando eu for
No caixão algum troféu:
Chilena, adaga, chapéu
Meu tirador e o laço
O pala eu quero no braço
Pra gauderiar lá no céu
os bertussi - lugar onde eu nasci
Hoje tão longe daqui não posso nem te falar
O lugar onde eu nasci, tenho saudade de lá;
Nos campos verdejantes, pelo sereno molhado
Num galopear elegante, passeando e tocando o gado.
Nas tardes de verão junto com a peonada
Tomando um chimarrão contando uma gauchada
Nas noites enluaradas de caçada um causo contando
Floreando uma velha gaita, uns versos improvisando.
Tantos anos já passaram, de nada eu me esqueci
Parece que ainda vivo no meu tempo de guri;
Relembro sim com saudade meus amigos de infância
Jogando fruta e correndo, pulando altura e distancia.
Hoje aqui tão distante meu peito sofre calado
Galopando na estrada da vida o meu destino traçado
Pois quem criou-se no pampa assim como eu fui criado
Nesta vida de gaúcho jamais esquece o passado.
Cds os bertussi á Venda