MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
liu & léu - caminheiro
Caminheiro que lá vai indo,
No rumo da minha terra,
Por favor faça parada na casa branca da serra
Ali mora uma velhinha chorando um filho seu,
Essa velha é minha mãe e o seu filho sou eu.
Ã?h! Caminheiro, Leva este recado meu!
Por favor diga pra mãe zelar bem do que é meu,
Cuidar bem do meu cavalo que o finado pai me deu,
O meu cachorro campeiro, meu galo índio brigador,
Minha velha espingarda e o violão chorador.
Ã?h! Caminheiro, Me faça este favor!
Caminheiro, diga pra mãe para não se preocupar,
Se Deus quiser este ano eu consigo me formar,
Eu pegando meu diploma vou trazer ela pra cá,
Mas se eu for mau nos estudos vou deixar tudo e volto pra lá.
Ã?h! Caminheiro, Não esqueça de avisar! (4x)
liu & léu - riozinho
Meu rio pequeno, braço líquido dos campos.
Rodeado de barrancos corroído pelos anos
Vai arrastando folhas mortas e saudades
Pôr do sol de muitas tardes, ilusões e desenganos.
Usando vales chapadões e pantanais
Bebedouros de pardais, campo espelho de luar.
O seu roteiro não tem volta só tem ída
Pra findar a sua vida na amplidão azul do mar
Riozinho amigo, são iguais as nossas águas.
Tambem tenho um rio de mágoas a correr dentro de mim
Usando n'alma campos secos e desertos
Cada vez vendo mais perto o oceano do meu fim
Riozinho amigo nasceste junto à colina.
Era um rio d'água de mina e cresceu tão lentamente
Varzeando matas, ramagens, juncos e flores.
Passarinhos multicores seguiram vossa corrente
Riozinho amigo, quantas vezes assistiu.
Acenos de quem partiu, encontro dos que chegaram.
Foi testemunha de muitas juras de amor
Quantas lágrimas de dor suas águas carregaram
Riozinho amigo sobre a areia do remanso
Animais em seu descanso, alí vem matar a sede.
As borboletas em suas margens se amontoam
E depois alegres voam na amplidão dos campos verdes
A brisa encrespa o seu rosto de menino
Como o mais terno e divino beijo da mãe natureza
Lindas paisagens, madrugadas coloridas.
Encontros e despedidas seguem vossa correnteza
liu & léu - berrante de ouro
Esta casinha junto ao estradão
Faz muito tempo que eu parei aqui
Vem minha velha vamos recordar
Quantas boiadas eu já conduzi
Fui berranteiro e ao me ver passar
Você surgia acenando a mão
Até que um dia eu aqui fiquei
Preso no laço do seu coração
Vê ali está, o meu berrante no mourão do ipê
Vou cuidar melhor, porque foi ele que me deu você
Me lembro o dia que eu aqui parei
Pra aquela viajem não cheguei ao fim
Foi a boiada e com você fiquei
E os peões dizendo adeus pra mim
Vem minha velha veja o estradão
E o berrante que uniu nós dois
Nuvem de pó que para traz deixei
Recordações do tempo que se foi
Vê ali está, o meu berrante no mourão do ipê
Vou cuidar melhor, porque foi ele que me deu você
Daquele tempo que bem longe vai
Do meu berrante repicando além
Ecos de choro vindo do sertão
E ao recordar fico a chorar também
Não é de ouro meu berrante não
Mas para mim ele tem mais valor
Porque foi ele que me deu você
E foi você que me deu tanto amor
Vê ali está, o meu berrante no mourão do ipê
Vou cuidar melhor, porque foi ele que me deu você
liu & léu - minha mocidade
Alembro e tenho saudade do tempo que fui rapaz
Pra gozar como eu gozei, eu sei que não gozo mais
Eu fui como um cuitelinho que vive nos roseirais
Hoje eu choro de saudade rosas que eu não beijo mais
Mesmo assim eu sou teimoso, puxei por meu velho pai
Acompanho os companheiros em todas parte que vai
Um fandango de viola é o que ainda me distrai
Conforme o assunto da moda água dos meus olhos cai
O que eu fiz antigamente hoje eu não faço mais
Meus cabelos embranqueceram, são coisas que a idade traz
Eu comparo a mocidade com a flor que murcha e cai
Do ramo em que foi nascida não se ergue nunca mais
Meus colegas de função hoje já não dançam mais
Eu também já esmoreci nem cantar não sou capaz
A minha infância querida há anos ficou pra traz
Foi um passado risonho que não volta nunca mais
liu & léu - lenço perdido
Na macega desses campo ai, ai
Quem achar um lenço é meu
Bordado nos quatro canto ai, ai
Que foi meu bem quem me deu
Não foi ontem nem agora ai, ai
Me deu em tempos passado
Aquela botão de rosa ai, ai
De ouro fez o bordado
Minha esperança procura ai, ai
O lenço do meu apego
Dia claro e noite escura ai, ai
Quem ama não tem sossego
Só meu lenço era um arminho ai, ai
Ã?s vezes eu cismo e penso
Que a perdiz fez o seu ninho ai, ai
No arminho do meu lenço
Que vale um lenço perdido? ai, ai
Inda que seja bordado
Pois o amor só tem sentido ai, ai
Pra quem ama sendo amado
Se ele sumiu na poeira ai, ai
Seus restos agora são
Um vazio na algibeira ai, ai
E um peso no coração
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
liu & léu - boiadeiro mentiroso
Caminha o boiadeiro a passo lento na estrada
Levando como bagagem lembrança de sua amada
Que há muito deixou sozinha sentindo a dor da saudade
Dizendo que voltaria, boiadeiro diz a verdade
Um boiadeiro não mente não
se tem muito amor no coração
Porém o tempo passou esperando o seu amado
Aquele rosto bonito agora estava marcado
De dor e de sofrimento, cansaço, mágoa e desgosto
Mas boiadeiro não mente, esperança brilha em seu rosto
Muitas boiadas passaram, boiadeiro não voltou
Mas um dia bem distante um berrante repicou
Assim seu amor tocava, bateu forte o coração
Chorou ao ver que era outro que tinha o berrante na mão
liu & léu - a sementinha
Lá na casa da fazenda onde eu vivia
numa manhã de garoa e de céu nublado
achei no chão do terreiro uma sementinha
pensei logo em plantá-la num chão molhado
o tempo passou depressa e a mocidade
chegou como chega a noite ao cair da tarde
veio morar na fazenda uma caboclinha
graciosa, bela e meiga e na flor da idade
iniciou-se um romance entre eu e ela
na sombra aconchegante de uma paineira
dei a ela uma rosa com muita esperança
que eu colhi de um galhinho daquela roseira
marcamos o casamento prá o fim do ano
prá mim só existia ela e prá ela só eu
pouco mais de uma semana prá o nosso idílio
a minha flor prometida doente morreu
Arranquei o pé de rosas na primavera
e plantei na sepultura de minha amada
todas tardes eu molhava com o meu pranto
a roseira foi murchando e acabou em nada
a chuva se foi embora e o sol ardente
matou a minha roseira e secou o meu pranto
só não matou a saudade da caboclinha
pois eu vejo a sua imagem em todo o canto
por isso é que eu vivo longe da minha terra
seguindo a longa estrada da minha vida
procuro viver sorrindo mas, no entanto
eu choro ao me recordar amada e querida
o destino como sempre é caprichoso
é cheio de traições e de sonhos loucos
tal qual aquela roseira e a minha amada
eu pressinto que também vou morrendo aos poucos
liu & léu - jeitão de caboclo
Jeitão De Caboclo
Se eu pudesse voltar aos bons tempos de criança
Reviver a juventude com muita perseverança
Morar de novo no sítio na casa de alvenaria
Ver os pássaros cantando quando vem rompendo o dia
Eu voltaria a rever o pé de manjericão
A curruila morando lá no oco do mourão
Os bezerros do piquete e nossas vacas leiteiras
O papai tirando leite bem cedinho na mangueira
Eu voltaria a rever o ribeirão Taquari
Com suas águas bem claras onde eu pesquei lambari
O nosso carro de boi, o monjolo e a moenda,
As vacas Maria-Preta, Tirolesa e a Prenda
Na varanda tábua grande cheia de queijo curado
E mamãe assando pão no forno de lenha ao lado
Nossa reserva de mato, linda floresta fechada
As trilhas fundas do gado retalhando a invernada
Queria rever o sol com seus raios florescentes
Escondendo atrás da serra roubando o dia da gente
O pé de dama-da-noite junto ao mastro de São João
Que até hoje perfumam a minha imaginação
O caso é que eu não posso fazer o tempo voltar
Sou um cocão sem chumaço que já não pode cantar
Hoje eu vivo na cidade perdendo as forças aos poucos
Mas não consigo perder o meu jeitão de caboclo.
liu & léu - 40 gruas de saudade
Aos amigos locutores deste grande continente
A todos peço um favor, mande esta notícia urgente
Ajudem a procurar quem eu amo loucamente
E diga ao meu amor que estou muito doente
Quarenta graus de saudade queimando em paixão ardente
Só ela tem o remédio pra dor que meu peito sente
O vento balança as folhas e arrasta ao relento
O meu coração balança com ela no pensamento
Eu não sei porque estamos separados sem maldade
Se juntos sempre vivemos um grande amor de verdade
Tudo entre nós era lindo e hoje a ansiedade
Me faz chorar pelas noites nas esquinas da cidade
Estou morrendo aos poucos nesta triste realidade
Alimentando a paixão e bebendo gotas de saudade
liu & léu - a enxada e a caneta
â??Certa vez uma caneta foi passear lá no sertão
Encontrou-se com uma enxada, fazendo a plantação.
A enxada muito humilde, foi lhe fazer saudação,
Mas a caneta soberba não quis pegar sua mão.
E ainda por desaforo lhe passou uma repreensão.â?
Disse a caneta pra enxada não vem perto de mim, não
Você está suja de terra, de terra suja do chão
Sabe com quem está falando, veja sua posição
E não se esqueça à distância da nossa separação.
Eu sou a caneta soberba que escreve nos tabelião
Eu escrevo pros governos as leis da constituição
Escrevi em papel de linho, pros ricaços e barão
Só ando na mão dos mestres, dos homens de posição.
A enxada respondeu: que bateu vivo no chão,
Pra poder dar o que comer e vestir o seu patrão
Eu vim no mundo primeiro quase no tempo de adão
Se não fosse o meu sustento não tinha instrução.
Vai-te caneta orgulhosa, vergonha da geração
A tua alta nobreza não passa de pretensão
Você diz que escreve tudo, tem uma coisa que não
Ã? a palavra bonita que se chama.... educação!
liu & léu - adeus minha terra
Tá fazendo hoje mais um ano
Que eu despedi dos meus pais
Deixei a casinha branca
E a querencia dos meus ais
Na viagem eu vinha cantando
Mais o meu coração eu deixava pra traz.
Foi na hora da minha partida
Minha pobre mãe eu abracei
Em soluço pedi sua bênção
No seu rosto molhado eu beijei
Adeus minha mãe eu vou embora
Vou deixar minha casa e não mais voltarei.
Pros amigos que me escrevem carta
Vou pedir isso e nada mais
Não perguntem por uma pessoa
Porque muito desgosto me traz
Só por ela eu deixei pai e mãe.
Por eu estar ausente eles choram demais.
Hoje eu levo a vida cantando
Quem lastima vantagem não faz.
Conhecendo este Brsil colosso
Interiores e as capitais
A viola é minha defesa
Ganho a vida fácil e ainda me distrai.
Adeus terra que eu me criei
Adeus serras e adeus coquerais
Adeus povo da velha Congonhas.
Adeus tempo que não volta mais
Hoje longe eu sofro calado
Porque fiz juramento de não voltar mais.
liu & léu - adeus morena
Na casa de Mané Pedro
Foi numa festa de São João
Cantei moda de viola
Cateretê lá do meu sertão
Toada paraguaiana
De mexê no coração
Eu fiz as véias chorá
E as moça senti paixão.
No termina essa festa
Eu vim s´imbora e deixei alguém
Sai tocando viola
Pra estrada afora como ninguém
Quando eu cheguei na estação
Que eu ia pegá o trem
Ouvi uma voz me chamando
Que queria vim também.
Menina tenha paciência
Vorte pra casa e vai com seu pai
Eu sigo pra muito longe
Eu pego o trem e vou pro Paraguai
Não levo você comigo
Porque isso não se fais
Adeus morena, adeus, Adeus para nunca mais
Adeus morena, adeus, Adeus para nunca mais
liu & léu - couro de boi
(Conheço um velho ditado que é do tempo do zagais,
diz que um pai trata dez filho,
dez filho não trata um pai.
Sentindo o tempo dos anos sem pode mais trabalhar,
o velho pião estradeiro com seu filho foi morar,
o rapaz era casado e a muie deu de imprica,
ou se manda o veio embora se não quiser que eu vá,
o rapaz coração duro, com o velhinho foi falar.)
Para o senhor se mudar, meu pai eu vim lhe pedir,
hoje aqui da minha casa, o senhor tem que sair.
Leve esse coro de boi, que eu acabei de curtir,
pra lhe servir de coberta, adonde o senhor dormir.
O pobre veio calado, pegou ocoro e saiu,
seu neto de 8 anos, que aquela cena assistiu,
correu atras do avo, seu paleto sacudiu,
metade daquele coro, chorando ele pediu.
O velhinho comovido, pra não ve o neto chorando,
partiu o coro no meio e pro netinho foi dando.
O menino chegou em casa, seu pai foi lhe peguntando,
pra que voce quer esse couro, que seu avo ia levando.
Disse o menino ao pai, um dia vou me casar,
o senhor vai ficar velho e comigo vem morar,
pode ser que aconteça, de nois nao se combinar,
essa metade de couro, vou da pro senhor levar
liu & léu - mãe de carvão
Montado no lombo da louca saudade deixei a cidade voltei pro sertão
Fui ver minha casa na velha fazenda o rancho a moenda o velho galpão
Cheguei de mansinho olhando pros lados meus olhos molhados de tanta emoção
Passei a cerquinha de arame farpado o angico encorpado me olhou do espigão
Na porta do rancho bem rente a soleira esbarrei na roseira levei um arranhão
A linda roseira de rosas vermelhas puxava a orelha do filho fujão
Passei a saleta e fui pra cozinha no canto ainda tinha o velho fogão
Olhei pra parede meus olhos pararam e meus pés ficaram pregados no chão
Revi na parede um rosto traçado que há tempos passados eu fiz de carvão
O tempo e a chuva molhou o reboque e fez o retoque com tal perfeição
Me fez eu criança envolto na manta no colo da santa seguro em tuas mãos
Seus olhos estavam radiantes de brilho segurando o filho e dando a bênção
Fechei os meus olhos rezei para ela pintada na tela da minha ilusão
Mãezinha querida meu grande tesouro você é de ouro e não de carvão
No mundo onde ando de loucas estradas eu sei não sou nada sem sua proteção.
Sgt Lucier
liu & léu - o baiano e o boiadeiro
No estado da Bahia este fato é verdadeiro.
De volta pra sua terra vinha vindo um boiadeiro.
Quase morrendo de fome mesmo trazendo dinheiro.
Ainda estava distante do seu estadão mineiro.
Na casinha de um baiano boiadeiro foi chegando.
Bateu palma no terreiro.
O baiano atendeu mandou o peão descer.
Filharada do baiano saíram pra conhecer.
Tinha uma filha moça mais linda que a flor do ipê.
Aquela beleza pura dava gosto a gente vê.
Rebatendo o pó da estrada o peão pediu pousada.
E comida pra comer.
O baiano foi dizendo pro peão sinceramente.
Há tempos que nós não vê o que comer na nossa frente.
A fome que está deixando os meus filhinhos doentes.
A seca por esses lados tem acabado com a gente.
Pra encerrar nossa prosa se tiver dinheiro pousa.
Com minha filha inocente.
A proposta do baiano quase matou o mineiro.
Jogou a guaiaca na mesa taí todo meu dinheiro.
Pegue tudo se quiser sem luxo meu companheiro.
Pode fazer uma compra pra comer o ano inteiro.
Menina ficou tristonha quase morta de vergonha.
Chorava em desespero.
O peão montou no burro já foi dando a despedida.
Ninguém deve aproveitar de um coitado sem saída.
Sua filha pode ter um bom futuro na vida.
Dinheiro eu ganho mais labutando nesta lida.
Deus que perdoe você ninguém deve se perder.
Por um prato de comida
Cds liu & léu á Venda