MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
josé miguel wisnik - assum branco
Quando ouvi o teu cantar
Me lembrei nem sei do quê
Me senti tão só
Tão feliz tão só
Só e junto de você
Pois o só do meu sofrer
Bateu asas e voou
Para um lugar
Onde o teu cantar
Foi levando e me levou
E onde a graça de viver
Como a chuva no sertão
Fez que onde for
Lá se encontre a flor
Que só há no coração
Que só há no bem-querer
E na negra escuridão
Assum preto foi
Asa branca dói
Muito além da solidão
josé miguel wisnik - baião de quatro toques
Quando bater, no coração
Quatro pancadas e depois um bis
Pode escrever, não falha não
É tentação de ser muito feliz (2x)
Por isso é bom esse baião de quatro toques
Carregadinho de premonição
Ele não deixa que a batida se desloque
E que se afaste do seu coração
Pra quem compôs, pra quem tocou e pra quem ouve
É o destino que sempre se quis
É uma quinta sinfonia de Bethoven
Que decantou e só ficou raiz
Dá pra sentir, a exatidão
No tique-taque do seu coração
Dá pra entender, que esse baião
De quatro tons
Tanto tentou, tanto tentou
Que se tornou a tentação desse país
De ser assim feliz.
josé miguel wisnik - extremo sul
O extremo sul
Lá na fronteira onde beira o firmamento
O céu azul
Que te escondeu atrás do véu do pensamento
Onde eu e tu
Sabemos bem que vai e vem o esquecimento
Que leva tudo
E nos mantém vivos, suspendidos no tempo
Protege bem
O lume aceso do desejo assim tão válido
Guardei contém
O mundo inteiro num cruzeiro solitário
Que tu completas
Com teu jeito e teu exemplo originário
De quem contempla
O firmamento como um templo planetário
Até amanhã, se Deus quiser
Eu pego tudo que eu tenho
Vou para te ver
Te amo tanto
Te chamo tanto
Será sempre mais ao sul
No mais azul
Felicidade
O sonho de viver
josé miguel wisnik - inverno
a minha casa é uma caixa
de papelão ao relento
brasa dormindo contra o vento
semente plantada no cimento
criança na calçada
a minha casa é geladeira-televisão
sem nada dentro
fogo que se alimenta do seu proprio alimento
corpo com corpo dando alento
pra campanha do agasalho
o meu cenário é a fria luz da madrugada
dando espetaculo por nada
calçada da infâmia iluminada
pela eletropaulo
a minha casa é o céu e o chão caroço bruto
catado no vão do viaduto
dando pro anhangabaú
da felicidade
ah anhangá anhangabaú
ah anhangá anhangabaú
ah anhangá anhangabaú
da felicidade
[tupã deus do brasil
que o ceu enche de luz
de estrelas de luar e de esperança
ah tupã tira de mim
essa saudade]*
*citação Canto do pajé de Villa-Lobos
josé miguel wisnik - laser
Gota pura
gota gota pura
vindo pela veia do veio
diamante
diamante duro
cortando cristal pelo meio
com um beijo eu acordei
outro beijo me dormiu
depois todo o tempo se seguiu
todo o tempo nos antecedeu
ficou preso e solto por um fio
e esse fio era você e eu
leva leve
pega e leva leve
raio da leveza do laser
eu te firo
e você me fere
como a luz nos fere com seu ser
josé miguel wisnik - o extremo sul
O extremo sul
Lá na fronteira onde beira o firmamento
O céu azul
Que te escondeu atrás do véu do pensamento
Onde eu e tu
Sabemos bem que vai e vem o esquecimento
Que leva tudo
E nos mantém vivos, suspendidos no tempo
Protege bem
O lume aceso do desejo assim tão válido
Guardei contém
O mundo inteiro num cruzeiro solitário
Que tu completas
Com teu jeito e teu exemplo originário
De quem contempla
O firmamento como um templo planetário
Até amanhã, se Deus quiser
Eu pego tudo que eu tenho
Vou para te ver
Te amo tanto
Te chamo tanto
Será sempre mais ao sul
No mais azul
Felicidade
O sonho de viver
josé miguel wisnik - presente
Eu quero simplesmente, te dar um presente
a rosa dos tempos
desabrocha desabrocha desabrocha novamente.
Eu quero simplesmente, a vida semente
a mente que vibra,
vibra as fibras da cidade,
que vibra novamente.
Eu quero simplesmente, você nesse instante
amante da vida
da vida amante
E o gozo do mundo
gozo sem fundo
gozamos durante.
josé miguel wisnik - primavera
A primavera é quando ninguém mais espera
A primavera é quando não
A primavera é quando do escuro da terra
Acende a música da paixão
A primavera é quando ninguém mais espera
E desespera tudo em flor
A primavera é quando acredita
E ressuscita por amor
A primavera é quando espera
A primavera é quando não
A primavera é quando do escuro da terra
Acende a música do tesão
josé miguel wisnik - relp
Lá vou eu em meu eu oval
..."a menina olha no espelho pelo ralo
e diz oi rato otário*, que que tu faz aí?
mas quem responde lá longe é o
eco: vejo hoje você
vejo hoje você
vejo hoje você bem de perto
quem te viu quem te vê
quem te vir há de ver
feliz de quem doa a quem doer
a menina fica assim meio assim
quer ser cor e ser ocres
nem preto nem branco mas puro matiz
quem se viu quem se vê quem se diz
quem doa a quem doer feliz"...
num repente começa a sussurrar a rezar
uma reza que mais parece um rap
um help pro céu um salmo
ó mãe tu era réu te amo
ó mãe tu era réu te amo
ó mãe tu era réu te amo
te chamo e te salvo pra estares aqui
quem te viu quem te vi quem te quis
feliz de quem doa a quem doer feliz
ela fica rindo e polindo
o que parece ter dentro e fora de si
ou então construindo
um lindo palíndromo
outro tesouro de ouro e marfim
que mima a mina e anima a mim
num breque sem fim de um samba
tão velho que bate no espelho
e se vê no cristal
ela faz o seu e o meu carnaval
cantando assim
só dote dádiva é a vida de todos
e lá vou eu em meu eu oval
gota pura
gota gota pura
vindo pela veia do veio
diamante
diamante duro
cortando o cristal pelo meio
josé miguel wisnik - se meu mundo cair
Se meu mundo cair
então caia devagar
nao que eu queira assistir
sem saber evitar
cai por cima de mim:
quem vai se machucar
ou surfar sobre a dor
até o fim?
cola em mim até ouvir
coraçao no coraçao
o umbigo tem frio
e arrepio de sentir
o que fica pra trás
até perder o chão
ter o mundo na mão
sem ter mais
onde se segurar
se meu mundo cair
eu que aprenda a levitar
josé miguel wisnik - sem receita
Primeiro lenta e precisamente
Arranca-se a pele
Esse limite da matéria
Mas a das asas, melhor deixar
Pois se agarra à carne
Como se ainda fossem voar
As cochas soltas
Soltas e firmes
Devem ser abertas
E abertas vão estar
E o peito nu
Com sua carne branca
Nem lembrar
A proximidade do coração
Esse não!
Quem pode saber
Como se tempera o coração
Limpa-se as vísceras
Reserva-se os miúdos
Pra acompanhar
Escolhe-se as ervas, espalha-se o sal
Acende-se o fogo, marca-se o tempo
E por fim de recheio
A inocente maçã
Que tão doce me deleita
Nos tirou do paraíso
E nos fez assim sem receita
josé miguel wisnik - tempo sem tempo
vê se encontra um tempo
pra me encontrar sem contratempo
por algum tempo
o tempo dá voltas e curvas
o tempo tem revoltas absurdas
ele é e não é ao mesmo tempo
avenida das flores
ea ferida das dores
e só então
se sopetão
entro e me adentro no tempo e no vento
e abarco e embarco no barco de Ísis e Osíris
sou como a flecha do arco do arco-íris
que despedaça as flores mais coloridas em mil fragmentos
que passa e de graça distribui amores de cristais totais sexuais celestiais
das feridas das queridas despedidas
de quem sentiu todos os momentos
josé miguel wisnik - primeiro fundamento
ensaiei o fundamento
no chão
e treinei o quanto pude
em vão
preparei meu coração
pra receber
teu saque
veio em minha direção
quase tive um
ataque
ensaiei o fundamento
no ar
e saltei como quem fosse
voar
devagar tentei cortar
você deu um
toquinho
mergulhei fui de peixinho
já era o fundo
do mar
outro set ou outro tempo
nem sei
tudo em câmera bem lenta
avistei
dominar forçar tentei
pra segurar
teu fogo
no que nele eu segurei
você decidiu
o jogo
jogo que voltava sempre
eu sei
pro primeiro fundamento
e eu voltei
sou o grande perdedor
e ao amor
me rendo
perco o medo de perder
e de ganhar
perdendo
josé miguel wisnik - sou baiano também
foi Gilberto Gil que viu
o sertão de Luiz Gonzaga
virar praia e mar dentro de Caymmi
sambaião no violão de João Gilberto
canto azul de água e sal
e ema no juremal
barroca barroca a cidade se banhou
num clarão pedra roncou no carnaval
entre a praia e a serra eu nasci
das ondas e montanhas melodias aprendi
mas foi no seio da Bahia
meu primeiro eterno bem
na Bahia eu conheci
na Bahia eu disse amém
sou baiano também
Cds josé miguel wisnik á Venda