MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
jairo lambari fernandes - buena vida
A tarde rompe em luz mansa e serena
Vida buena..
Buena vida..
O mate amarga mais esta partida
Mal a vida
Desmedida..
Saudade é rio que corre das retinas
Nublando o olhar de quem se vai
Pedindo ao tempo que não se atrase
E a volta o mês que vem me traga a paz
A paz que tem nos braços do abraço
Na luz que vem da flor do teu olhar
Num beijo de acender a madrugada
Pra um sonho que haveremos de sonhar
O teu rancho, o meu refúgio..
Vida buena..
Nestes mates madrugueiros
Buena vida
Desmedida
Vida buena
Buena vida
Desmedida
Vida buena
Buena vida...
Se vivo dia a dia é só por ti
Tu és meu limite de visão
Num verbo conjugado no presente
Amar, falar com a voz no coração
Sonhei com teu olhar beirando o rio
E um frio me acordou na solidão
E vi o teu lugar calmo e vazio
Amar, chorar a dor do coraçao
O teu rancho, o meu refúgio..
Vida buena..
Nestes mates madrugueiros
Buena vida
Desmedida
Vida buena
Buena vida
Desmedida
Vida buena
Buena vida...
jairo lambari fernandes - senhora dos descampados
Senhora dos Descampados
Ouve essa prece a lo largo
Que eu rezo em frente ao fogo
Solito com meu amargo
Senhora dos Descampados, escuta aquilo que falo
Com meu olhar estendido, que já nasceu de a cavalo
Eu sou campeiro e me habito
Nesse galpão de invernada
Um posto humilde, mas donde
Deus sempre teve morada
Não sei o terço e na igreja
Não fui mais que umas três "vez"
Mas minha fé me acompanha nos trinta dias do mês
Rezo em silêncio nos campos
Na sombra de algum capão
E, embora eu não fale nada, escuta a minha oração
Livra o campeiro do tombo, do coice e do manotaço
Desvia o fogo do raio e as contra voltas do laço!
Junto a esta cruz solitária, lhe deixo velas acesas
Pra lhe pedir que não falte, nunca, bóia sobre a mesa
Trago outra cruz de Lorena, dependurada no peito
Na bendição que me guarda, em ser cristão, deste jeito
Na minha reza de campo, faltam palavras, eu sei
Mas tem a fé, verdadeira, por tudo que eu conquistei
Te faço imagem em meus olhos, te vejo plena de céu
E frente a ti, me condeno, me calo e tiro o chapéu
Embora cuide dos campos, encontra um tempo pra mim
Eu nunca perco a esperança, alçada pelos confins
Eu sei que vida da gente, tem sempre um rumo traçado
Por isso, rezo e lhe peço, proteja estes descampados
jairo lambari fernandes - a dom antônio trindade
Vem Dom Antônio Trindade
Num trono de "pelo e patas"
Numa gateada monarca
Crioula lá da fronteira
Escorando na "soitera"
A culatra desta tropa
Sombreiro baixo de copa
Que linda estampa campeira
Quem orquestrou o destino
Sobre o compasso de um basto
Farejando céu e pasto
Nos setembros de potreadas
Sovando léguas de estradas
Entre tropeadas e domas
Taureando a sorte gaviona
Nos encontro da gateada.
"Hay" que sacar o "sombreiro"
A Dom Antônio Trindade
Quem for "Gaucho" de verdade
E grongueiro na estampa
Imagem bugra da pampa
Um torena em campo aberto
Tentiando o destino incerto
No rumo de casco e guampa...
..no rumo de casco e guampa.
Quem avistar Dom Antônio
Na testa da comitiva
Verá a história mais viva
Deste garrão brasileiro
Mescla de monge campeiro
Um centauro lusitano
Como diria o "Caetano"
O pajador missioneiro.
Quem largou "pesos" de tropa
No velho Santa Maria
Escutando a melodia
Mareteando na carona
E o "sonido" da cordeona
Por algum pouso de tropa
Onde o mate segue a volta
Ritual de "fogo e cambona"
"Hay" que sacar o "sombreiro"
A Dom Antônio Trindade
Quem for "Gaucho" de verdade
E grongueiro na estampa
Imagem bugra da pampa
Um torena em campo aberto
Tentiando o destino incerto
No rumo de casco e guampa...
..no rumo de casco e guampa.
jairo lambari fernandes - ainda esses dias
Ainda esses dias era eu e o Anastácio
Numa parelha com esse rodeio parado
Estampa rude, jeito simples sobre os bastos
Floreando a boca de um mouro recém domado
Amigo antigo de outros tempos, não de hoje;
Alma campeira que se foi pro outro lado...
Hoje um guri fazendo a volta da canhada
Reponta à grito a gadaria, toda pampa
Ainda esses dias pela volta mais adiante
Era o Anastácio mais gaúcho do que estampa
Pechando a mouro dois touritos peleadores
Que vinham tauras num bate-bate de guampas
Â?Ás vez' me vou pela invernada e ainda escuto
Um sapucay que de um aboio se estendeu
Tirando as vacas de um capão de corticeira
Ou algum terneiro que da tropa se perdeu
Sonando em coplas pelo vento vai seu grito
Que ainda esses dias ia junto com o meu...
Quanta invernada recorreu por estes olhos
Quanta história se extraviou a campo fora
O próprio tempo por tropeiro no reponte
Deixou um parceiro e levou o outro embora
Eu num gateado e o Anastácio no seu mouro
Ainda esses dias era quase um par de esporas
Hoje o rodeio se parou da mesma forma
Ainda esses dias - não faz muito - faltou gado
Estendo a vista, mas meus olhos logo param
Num touro pampa erguendo terra num pelado
Largando ao vento mais poeira e uma lembrança
Talvez por isso que os meus olhos vão molhados...
Â?Ás vez' me vou pela invernada e ainda escuto
Um sapucay que de um aboio se estendeu
Tirando as vacas de um capão de corticeira
Ou algum terneiro que da tropa se perdeu
Sonando em coplas pelo vento vai seu grito
Que ainda esses dias ia junto com o meu...
jairo lambari fernandes - antes do fim
Trago um silêncio preso em mim..
e um olhar dizendo sim
Pra esta flor que me alucina
Não, não pergunte se gostei
desses beijos que provei
Oh minha doce menina..
Se já chorei antes do fim
Roubei flores dos jardins
Pra enfeitar o meu amor
A saudade é uma dor
esta dor que dói em mim..
esta dor que dói em mim..
Enfim os teus olhos presos em mim
Tua voz dizendo sim
Mesmo sem falar em nada
Se..nos teus sonhos flor morena
eu roubar alguma cena
me perdoe minha amada
Ah se este amor morrer assim
Sem início, meio e fim
Sem um beijo pra selar
Minha nau vai naufragar
Nestes mares que ha em mim..
Nestes mares que ha em mim..
Sim..se a saudade te magoar
me procure em teu olhar
estarei bem mais que perto
E se acaso eu te chamar
Abra a porta e eu vou chegar
Quero paz, amor e afeto
Ah se este amor morrer assim
Sem início meio e fim
Sem um beijo pra selar
Minha nau vai naufragar
Nestes mares que há em mim..
Nestes mares que há em mim..
jairo lambari fernandes - beirando o rio
Beirando o rio
Meus olhos teimam em beber distâncias
Na busca antiga de varar caminhos
Onde as porteiras não limitam sonhos
Nem são cativos os que são sozinhos
Meus olhos teimam em beber estrelas
No breu celeste onde a lua navega
E a arrogância de um rastro cadente
Que até parece cair das macegas
Quem sabe os meus olhos querem mais
Do que minha?lma pode conceber
Me basta um rancho só beirando o rio
E um amor, de um bem querer
Pelos remansos vou deixar esperas
Por sobre as águas deslizando a proa
Sevando sonhos no bater dos remos
Rompendo auroras dentro da canoa
Vou navegar por entre calmarias
Quando a canoa singrar outras águas
De um mar distante que ainda não conheço
Deixando o rancho, os sonhos e as mágoas
jairo lambari fernandes - coração à espera
Quando adormece no horizonte um por de sol
Por estas tardes silenciosas de verão
Sinto em meus olhos escorrer a soledade
Que minha alma aprisionou no coração
Se meus amores têm a cor desses ocasos
Pinto em meus versos a nuance das auroras
Pra que algum dia esses meus potros sentimentos
Vazem das linhas, se extraviando campo a fora
Eu trago um peito transbordando de amor
E uma esperança em cada dia revelado
De encontrar algum olhar que me perceba
Entre as penumbras de amar sem ser amado
E quando a noite borda o céu de pirilampos
Sinto que as horas vão sorvendo mais um dia
E empresto rimas de consolo pra mim mesmo
Pois ao meu lado a solidão fez moradia
Na paz do rancho tenho tudo o que preciso
Mas nos meus sonhos há uma tristeza tapera
Que ainda teima em ser a dona dos meu sono
Tal como a lua nessas noites de espera
jairo lambari fernandes - coração do mar
Meu coração no mar
E o corpo feito em esfera
Vontade de navegar
De te ver aí, quem me dera
No afogar do meu mar
Ainda amarga a minha boca
A paixão quando desaba
Deixa a alma cega e louca
A paixão é maré cheia
Até virar maré vazante
Se fazem amor, praia serena
Ou se vai repucho adiante
Ô amada por onde andas?
Em que mar? em que onda?
Responda, pois a saudade fez eu ficar sempre de ronda {bis}
Fiquei preso nas marés
Solto em tuas lírias
Solidão vem na saudade
Uma grande armadilha
Alegria não mais veio
Foi pra outra freguesia
O vento trouxe a tristeza
Numa densa maresia
Diz o mar do coração
Calejado em tempestades
Muda o vento, muda o tempo
Volta o amor, vai-se a saudade
Refrão
jairo lambari fernandes - da solidão
a solidão tem dessas coisas
de me fazer sangrar por dentro
e de calar cada palavra
que o sorriso me reserva
não sei porque mas o destino quer q seja bem assim
um mate novo que a tristeza vai lavando a erva
a solidão tem dessas coisas
de mudar a cor dos meus olhos
e de calar o brilho
que as vezes se encontra em meu olhar
já não posso mais conter as lágrimas
que sem querer partem de mim
que trago as dores do meu coração
que aprendeu o que é chorar.
da solidão sei muito pouco mas ela sabe muito d mim
que por saber das minhas fraquezas me domina pela alma
me carrega pra os lugares mais turvos e distantes
e só me restam umas migalhas que a solidão guarda pro fim
se em cada sonho que se perde quando t busco na estrada
e descubro que por mais que eu queira
nada será como antes...
jairo lambari fernandes - de alma na estrada
Parece brotar do chão a potrada num repecho
Um fronteiro afrouxa o queixo de um sogueiro malacara
Tropilha que vai para a estrada nos doze dias de tropa
E a eguada desemboca no lamaçal da mangueira
Cheira o barro da porteira e o semaneiro atropela
E afrouxa a areia da goela num sapucay debochado
O capataz distribuindo os mansos e os mal bulidos
Pra o índio cruzar entretido lidando no corredor
Por tropeiro e domador, me "gusta" tirar uma "olada"
Se ajeita as mal principiadas, se o toso volta sereno
O patrão por ser dos buenos garante a changa dobrada
Um bragado perde a doma me "exprimentando" o tutano
Se vem na volta berrando, desconfiando da cambona
Mas potro da minha doma, calçado não perde um pulo
Conhece a volta do culo e bagual não se governa
Afirmo a cana da rédea e cai sentado no sabugo
Confio na minha conta, no que sai pra carreteira
Bem na boca da porteira é que se estreita o fiador
Se cruza pra o corredor e a tropa tá conferida
Bamo de marcha batida grudando a alma na estrada
E a minha talha não desmente a saída na chegada
jairo lambari fernandes - de luz e sombra
Foi quando a tarde se estendeu lenta e solita
Que o fim do dia entregou toda sua luz
E se estendeu a luz escassa em seus candeeiros
Clareando o rancho e os dois braços de uma cruz
Ficaram inquietas e tão moveis sombras velhas
Deixando tudo num silencio de lamentos
Que a luz da lua percorreu o rancho inteiro
Por rasgos claros desquinchados pelos ventos
Ficou a sombra habitando e seus fantasmas
Qual vulto negro nas paredes lentamente
Se escondendo frente aos olhos assustados
De um menino que fui eu antigamente
Assim por tudo a uma sombra transponível
Que só o tempo a decifra por seus trilhos
Por isso a cruz abriu seus braços ao menino
Feito um abraço de uma mãe cuidando o filho
Então o rancho foi ganhando claridade
Que iluminou se pela fé que nos traz calma
E explicou aos olhos claros que um menino
Não teme a sombra que tem luz dentro da alma
Ficou a sombra habitando e seus fantasmas
Qual vultos negros nas paredes lentamente
Se escondendo frente aos olhos assustados
De um menino que fui eu antigamente
Assim por tudo a uma sombra trasnponivel
Que só o tempo a decifra por seus trilhos
Por isso a cruz abriu seus braços ao menino
Feito um abraço de uma mãe cuidando o filho
Então o rancho foi ganhando claridades
Que iluminou se pela fé que nos traz calma
E explicou aos olhos claros que um menino
Não teme a sombra quem tem luz dentro da alma
jairo lambari fernandes - de um amigo pra outro
O sal guardado em gotas sentidas
Mescla o suor do couro pelo fio da faca
Riscando o picaço, sacando as potreiras
Que entregou a vida em uma rodada
O pulso lateja na perna sentida
Quebrado na lida, restou as de potro
Te mando um regalo enlutado de dor
Se foi meu pingaço da marca de flor
Entrego a saudade deste meu pingaço
Que vai bem guardada na garrão de potro
E nela os recuerdos deste meu parceiro
Pois sai de um amigo para entregar a outro
Nos tempos de aparte com o touro no laço
Num costeio fronteiro, arrouxava o picaço
Ajustava o "maromba" na poeira do rastro
O meu potro é um palanque cravado no pasto
A morte clareou teu cisma estreleira
Pois a luz da boieira que brilha no espaço
Nublou seu clarão por não ver refletida
Sua cópia dormida na testa do picaço
A guilhada da saudade
Num sentimento enlutado
Cutuca o peito apertado
Quando um manso perde a vida
Pelos caprichos da lida
O acaso ajustou o pealo
Vão-se os buenos, vão-se os malos
Mas tua história renasce
Pois um par de potreiras nasce
Com a morte do meu cavalo
jairo lambari fernandes - dos meus pecados
Veja a flor que nasce linda lá no coração da várzea
Que ainda guarda o cheiro teu
Há fantasmas nas molduras habitadas desse silencio
Presságios que ainda só meus
Que vez por outra
Se ausentam das paredes
Desse rancho envelhecido
E só Deus
Poderá me dar
Toda paz que necessito
Pois na estrada dos aflitos são meus
Os pecados.... cometidos... em nome do amor
Entrego a ti vida cigana
Num fim de semana vou partir
Fecho o rancho
Abro a cancela
Vou buscar por ela
Onde ti ver aqui
E se acaso
O meu corpo envelhecido
ainda andar pelos corredores
eu vou seguir...
buscando em ti
o amor que necessito
e o sorriso mais bonito
que eu já vi...
que eu já vi...
jairo lambari fernandes - em teus braços
Há tempos que carrego esta saudade
Domingueira bem querença
Pra florir rancho e garupa,
Flor e fruto, descendência.
Há tempos que anuncio teu sorriso
Entre cálidas auroras
No semblante florescido dos jardins que tem lá fora
Refrão
Renasço sempre em teus braços
Volto a morrer num abraço
VEJA SÓ O QUE O AMOR NOS FEZ
Teu olhar me denuncia,
Que pena clareou o dia
Pra ser saudade outra vez...
Pra ser saudade outra vez...
Pra ser saudade outra vez...
Há tempos que este rancho anda tristonho,
Sem teus passos na varanda
E te espia na janela
Sem saber por onde andas.
Há tempos que te busco em cada sonho,
Em cada beijo, morena
Vou morrer te esperando
Porque sei que vale a pena!
Refrão
jairo lambari fernandes - embaixo dos bastos
Até parece um retrato tirado em dia de festa
Chapéu clareando na testa cada vez que me enforquilho
Num dos crioulos que encilho pra me tornar soberano
Frente ao destino cigano que passa de pai pra filho
Feito uma estrela cadente que alumbra algum descampado
Meu baio de cacho atado atira o freio por graça
Honrando o garbo da raça que a própria história carrega
E pisa sobre as macegas igual se andasse na praça
Quando trago uma rosilha serena embaixo dos bastos
Remendo os caminhos gastos me boleando desse altar
Ay yerba para matear um galpão pras guitarreadas
Um verso nas madrugadas e um grilo pra me escutar
Se meus bastos não tem velas pra navegar nos varzedos
Sei que me basta o segredo de apartar cincha e bocal
E me agrandar no recal de um mouro que a três ontonte
Cismou ser mais que o horizonte bebendo a estrada real
Um gateado flor de estampa pra pontear um tropa bruta
Ou sair em reculuta sem ter pressa de volver
Quem faz a vida escorrer da cadência de um bom pingo
Traz um olhar de domingo pra cada sol que nascer
Cds jairo lambari fernandes á Venda