MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
francisco alves - a dama de vermelho
Sob a mesma solidão
Que ontem, meu coração
Viveu, sofreu, quase morreu
No inferno da recordação
No inferno de uma saudade
Da noite da felicidade
Noite que o enganou
Depois, passou
Sinto-o hoje a perguntar
Porque insisto em procurar
A dama que me fez vibrar
Pelo salão
Esta dama que eu amei
Num vestido de tão viva cor
Que no fim vestiu
A minha vida de dor
(coro)
Dança no ar
A ilusão que eu sentia
No teu beijo, mulher fantasia
Vai, sai, some de mim,
Não me torture assim, ilusão
Faz a lua dormir
Manda o sol despertar
Deixa meu coração descansar !
francisco alves - a malandragem
A malandragem eu vou deixar
Eu não quero saber da orgia
Mulher do meu bem-querer
Esta vida não tem mais valia
Mulher igual para a gente é uma beleza
Não se olha a cara dela
Porque isso é uma defesa
Arranjei uma mulher
Que me dá toda vantagem
Vou virar almofadinha
Ou tentar a malandragem
Esses otários que só sabem
É dar palpite
Quando chega o Carnaval
A mulher lhe dá o suite
Você diz que é malandro
Malandro você não é
Malandro é Seu Abóbora
Que manobra com as mulhé.
francisco alves - adeus
Adeus, adeus, adeus...
Palavra que faz chorar
Adeus, adeus, adeus...
Não há quem possa suportar
Adeus é bem triste
Que não se resiste
Ninguém, jamais,
Com adeus pode viver em paz
(Foi o último...)
Pra que foste embora?
Por ti tudo chora!
Sem teu amor
Esta vida não tem mais valor
(Foi o último...)
francisco alves - amores de estudante
Depois de um juramento
Depois de uma traição
Amores de estudante
Flores de um só verão
Horas felizes que voam
Mil sonhos que povoam
A vida toda em flor
Mais tarde os sonhos fenecem
E os corações esquecem
Juras de eterno amor
Quantas vezes nos faz tão feliz
E morre tanto anseio, porém não se diz
Uns olhos distraídos que passam sem ver
Quantos dias às vezes nos deixam sofrer
Mais tarde num livro encontram uma flor
Uma lágrima afaga um sorriso sem dor
Só então se percebe que tudo passou
Como nuvens douradas que o vento levou
Depois de um juramento
Depois de uma traição
Amores de estudante
Flores de um só verão
francisco alves - a favela vai abaixo
Minha cabocla, a Favela vai abaixo
Quanta saudade tu terás deste torrão
Da casinha pequenina de madeira
que nos enche de carinho o coração
Que saudades ao nos lembrarmos das promessas
que fizemos constantemente na capela
Pra que Deus nunca deixe de olhar
por nós da malandragem e pelo morro da Favela
Vê agora a ingratidão da humanidade
O poder da flor sumítica, amarela
quem sem brilho vive pela cidade
impondo o desabrigo ao nosso povo da Favela
Minha cabocla, a Favela vai abaixo
Ajunta os troço, vamo embora pro Bangú
Buraco Quente, adeus pra sempre meu Buraco
Eu só te esqueço no buraco do Caju
Isto deve ser despeito dessa gente
porque o samba não se passa para ela
Porque lá o luar é diferente
Não é como o luar que se vê desta Favela
No Estácio, Querosene ou no Salgueiro
meu mulato não te espero na janela
Vou morar na Cidade Nova
pra voltar meu coração para o morro da Favela
francisco alves - a mulher que ficou na taça
Fugindo da nostalgia
Vou procurar alegria
Na ilusão dos cabarés
Sinto beijos no meu rosto
E bebo por meu desgosto
Relembrando o que tu és
E quando bebendo espio
Uma taça que esvazio
Vejo uma visão qualquer
Não distingo bem o vulto
Mas deve ser do meu culto
O vulto dessa mulher...
Quanto mais ponho bebida
Mais a sombra colorida
Aparece em meu olhar
Aumentando o sofrimento
No cristal em que, sedento
Quero a paixão sufocar
E no anseio da desgraça
Encho mais a minha taça
Para afogar a visão
Quanto mais bebida eu ponho
Mais cresce a mulher no sonho
Na taça, e no coração.
francisco alves - a razão dá-se a quem tem
Se meu amor me deixar
Eu não posso me queixar
Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém
A razão dá-se a quem tem
Sei que não posso suportar
Se meu amor me deixar
E de saudade eu chorar
Eu não posso me queixar
Abandonado sem vintém
Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém
Quem muito riu chora também
Dei sempre golpe de azar
Eu não posso me queixar
Para parecer se vivo bem
Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém
A razão dá-se a quem tem
Se meu amor me deixar
Eu não posso me queixar
Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém
A razão dá-se a quem tem
francisco alves - a voz do violão
Não queiras, meu amor, saber da mágoa
Que sinto quando a relembrar-te estou
Atestam-te os meus olhos rasos d?água
A dor que a tua ausência me causou.
Saudades infinitas me devoram,
Lembranças do teu vulto que nem sei
Meus olhos incessantemente choram
As horas de prazer que já gozei
Porém neste abandono interminável
No espinho de tão negra solidão
Eu tenho um companheiro inseparável
Na voz do meu plangente violão
Deixaste-me sozinho e lá distante,
Alheio à imensidão de minha dor,
Esqueces que ainda existe um peito amante
Que chora o teu carinho sedutor
No azul sem fim do espaço iluminado
Ao léu do vento se desfaz
A queixa deste amor desesperado
Que o peito em mil pedaços me desfaz
francisco alves - acorda estela
Acorda, abre a janela Estela,
Vem ouvir o teu cantor,
Que batendo, o tamborim,
Vai assim,
Implorando o teu amor,
(abre a janela)
Acorda, abre a janela Estela,
Vem ouvir o teu cantor,
Que batendo, o tamborim,
Vai assim,
Implorando o teu amor,
(abre a janela)
Eu assim cantando, se chegares a janela,
Lembra de Romeu e Julieta, na favela,
Vem ver esta noite,
Que nasceu para quem ama,
E também a lua,
Que comigo te reclama.
Eu assim cantando, se chegares a janela,
Lembra de Romeu e Julieta, na favela,
Vem ver esta noite,
Que nasceu para quem ama,
E também a lua,
Que comigo te reclama.
francisco alves - adda
Adda, meu doce amor
Adda, meu terno afeto
Tu tens a fragrância, o esplendor
O perfume da flor
Do meu sonho dileto
Adda, meu ideal
Ó minha inspiração
Tu és o meu casto fanal
Que palpita afinal
Sempre em meu coração
Quando vi teu perfil
Quando vi teu olhar
Eu te achei tão gentil
Linda, casta, infantil,
Como a luz do luar.
Desde logo eu te amei
Desde logo eu te quis
Foi o que eu adorei
desde que acho e que sei
Que quem ama, é feliz
Ó Adda, meu coração tu tens risonho
Pois só penso em ti
Desde o dia em que te vi
Resplender o teu ser
E sorrir ao meu sonho
Ó Adda, como é sereno o teu olhar
É o santo elixir
Do meu doce porvir
Meiga luz, que me pus à adorar.
francisco alves - adeus pampa mia
Adeus Pampa mia,
Adeus, eu vou prá terras estranhas,
Adeus,caminhos da minha vida,
Rio, montes,madrugadas, da minha terra querida;
Se não voltarmos a ver-nos, quero que saibas,
Que aqui deixei minha vida;
Adeus...
Ao deixar-te Pampa mia, tenho os olhos deslumbrados,
Com o verde dos teus passos, teu luar, tuas estrêlas,
Com o vento te embalando, a viola pontilhando,
Canções que alegram, às vezes.
francisco alves - adios muchachos
Adios Muchachos, companheiros desta vida,
Adeus amigos, meus camaradas;
Já chega o tempo de empreender a retirada,
Chegou o dia do adeus, rapaziada;
Adeus amigos, eu me vou resignado,
Sem tristes queixas, sentimentais;
Já terminaram para mim todas as farras,
Meu corpo exausto não resiste mais.
Perfumes do Oriente, alcovas de setim,
Um riso, um beijo ardente, é o paraiso, enfim;
Mulheres, juventude,amores, alegria,
A vida inteira passa, em louca fantasia;
Há prata em meus cabelos, cansaço em minhas mãos,
No peito eu sinto o gêlo, em vez do antigo ardor,
Não há mais sol, há sombras
Nos dias meus,
Adeus rapaziada, Adeus, Adeus.
francisco alves - ai, que saudades da amélia
Nunca vi fazer tanta exigência, nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência, nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza, tudo o que você vê, você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia, aquilo sim é que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
Quando me via contrariado
Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!"
Amélia não tinha a menor vaidade, Amélia é que era mulher de verdade
francisco alves - alivia estes olhos
Eu queria saber por que é
Que este homem bateu na mulher
Que mulher engraçada e adorada
Que se acostumou com a pancada!
Ai, como é bão querer!
Sofrer calado
Sem ninguém saber
Alivia estes olhos pra lá
Que ainda ontem eu fui me rezar
Tenho medo desse olhar
Que procura-me a vida atrasar
francisco alves - américa latina
Talvez um dia, não mais existam aramados
E nem cancelas, nos limites da fronteira
Talvez um dia milhões de vozes se erguerão
Numa só voz, desde o mar as cordilheiras
A mão do índio, explorado, aniquilado
Do Camponês, mãos calejadas, e sem terra
Do peão rude que humilde anda changueando
É dos jovens, que sem saber morrem nas guerras
| América Latina, Latina América |
| Amada América, de sangue e suor |
Talvez um dia o gemido das masmorras
E o suor dos operários e mineiros
Vão se unir à voz dos fracos e oprimidos
E as cicatrizes de tantos guerrilheiros
Talvez um dia o silêncio dos covardes
Nos desperte da inconsciência deste sono
E o grito do sepé na voz do povo
Vai nos lembrar, que esta terra ainda tem dono
E as sesmarias, de campos e riquezas
Que se concentram nas mão de pouca gente
Serão lavradas pelo arado da justiça
De norte a sul, no Latino Continente
Cds francisco alves á Venda