MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
carol naine - Às senhoras e senhores
Ã?s senhoras e senhores
Que assistem ao desenrolar do século vinte e um
Que resistem as coreografias obscenas
Desde o tempo do olodum
Que reclamam dos pivetes
Desde o tempo em que eles só pediam um
Que se ofendem com os homossexuais
Desde clodovil e vera verão
Mas assistem furnicosos canais
Com dançarinas de chacrinha e faustão
Que se assustam com romances inter-raciais
Desde xuxa e pelé
E que negam as revoluções sociais
Desde o dia em que a empregada pôde usar o social
Sem ser considerada ralé
Ã?s senhoras e senhores
Preocupados com o que se diz
Com o que se pensa e onde metem o seu nariz
Vejam bem vocês que apontam os seus fuzis
Ã?s senhoras e senhores
Ã?s senhoras e senhores
Ã?s senhoras e senhores
carol naine - canção clichê
Não é que eu queira escrever sobre o amor
Mas os letristas sofrem dessa tentação
Que me perdoem os poetas de plantão
Vamos falar do coração
Não é que eu queira abusar de algum clichê
Mas a verdade é que eu não vivo sem você
Não é que eu queira parecer tradicional
Mas minha métrica é circunstancial
Que me perdoem os ritmistas de plantão
Vamos parar na marcação
Não é que eu queira um arranjo démodé
Mas a verdade é que eu não vivo sem você
Não é que eu queira uma palavra original
Nosso romance é inconstitucional
Que me perdoem os marqueteiros de plantão
Vamos usar frase chavão
Não é que eu queira estipular algum dizer
Mas a verdade é que eu não vivo sem você
Não é que eu queira conduzir a um grand final
E extrapole num crescente instrumental
Que me perdoem os cantores de plantão
Vamos mudar a entonação
Não é que eu queira interromper essa rotina
Mas pra fechar, que seja um tom acima
Não é que eu queira conduzir a um grand final
E extrapole num crescente instrumental
Que me perdoem os puristas de plantão
Vamos voltar para o refrão
Não é que eu queira abusar de algum clichê
Mas a verdade é que eu não vivo sem você
carol naine - casa 82
Nossa casa perdeu a cor
Nossa casa perdeu os cabelos
Piso, teto, telhado, tudo murchou
Janela, azulejo, corredor
A casa em que tudo o que é seu guardou
E que seus anseios hospedou
Entre quatro paredes tudo mudou
Ladainhas, segredo, amor, dor
Nossa casa não aguentou
Subiu pelas próprias paredes
Tijolo a tijolo se desmontou
Reboco, cimento, pó, trator
A casa em que tudo o que é seu deixou
Que de seus anseios se livrou
Nossa casa inclusive já se mudou
Já avisou aos correios
Que o número 82 agora fica duas esquinas depois
Casa que não tem coisa
Que não tem caso
Que não tem a cor da cara em descaso
Sentada no muro
Deitada na laje
Fechada no escuro
Afundada na base
Estoura um cano, arrebenta assoalho
Dá curto circuito, acaba a água quente
Em pé a corrente, e nada se faz
E de casa em caos, a casa cai
Nossa casa não aguentou
Subiu pelas próprias paredes
Tijolo a tijolo se desmontou
Reboco, cimento, pó, trator
A casa em que tudo o que é seu deixou
Que de seus anseios se livrou
Nossa casa inclusive já se mudou
Já avisou aos correios
Que o número 82 agora fica duas esquinas depois
carol naine - coisa arbitrária
Raiava o dia quando ele chegou
Batendo porta pelo corredor
Doce melodia que me despertou
Foi buscar uma bebida amarga
Pra jurar o nosso amor
Como fosse uma coisa que valha festejar
Ajoelhou e num imenso gesto canalha ele desmaiou
Ao meio dia o sol anunciou
Que a poesia etílica afundou
E a demagogia se revelou
Foi buscar uma bebida amarga
Pra curar o que passou
Como fosse uma coisa arbitrária
Olha só onde ele chegou
E o tanto que se entregou
Ele não é gari, não é compositor
Ele não tem o metier, nem nada
Ele não é doutor
Ele não é dentista, nem é zelador
Não tem carteira, nem brevê, nem nada
Ele nem faz favor
Raiava o dia quando ele chegou
Batendo porta pelo corredor
Doce melodia que me despertou
Foi buscar uma bebida amarga
Pra jurar o nosso amor
Como fosse uma coisa que valha festejar
Ajoelhou e num imenso gesto canalha ele desmaiou
Ao meio dia o sol anunciou
Que a poesia etílica afundou
E a demagogia se revelou
Foi buscar uma bebida amarga
Pra curar o que passou
Como fosse uma coisa arbitrária
Olha só onde ele chegou
E o tanto que se entregou
Ele não é gari, não é compositor
Ele não tem o metier, nem nada
Ele não é doutor
Ele não é dentista, nem é zelador
Não tem carteira, nem brevê, nem nada
Ele nem faz favor
Ele não é gari, não é compositor
Ele não tem o metier, nem nada
Ele não é doutor
Ele não é dentista, nem é zelador
Não tem carteira, nem brevê, nem nada
Ele nem faz favor
carol naine - feito maria
Feito Clarice e seus vestidos
Simone e seus tantos livros
Rose e sua eterna pose
Chiquinho e o choro
Jarba e o close
Feito Tefé e suas festas
Miss Balouet e suas flores
Antonieta e seu acordo
Daiane e o conto
Branca e os sete
Feito Maria e seus cigarros
Franja do tapete arrumado
Feito Maria e seus netos
Franja do cabelo arrumado
Me vejo entre a mulher e a cria
E na complexidade de sua alegria
Enxergo a própria vida
Entendo que a feminilidade que nos discrimina
Nos aproxima, mas é que são novos dias
E eu demorei pra notar
Me perco entre o piano e a pia
E nas horas que passam na tarde vazia
Acordam melodias
Entendo a vida daquela senhora que me pedia
Venha almoçar, já passa do meio dia
E eu demorei pra sentar
Feito Maria e seus cigarros
Franja do tapete arrumado
Feito Maria e seus netos
Franja do cabelo arrumado
carol naine - feminina
Tira a roupa do varal
Beija a boca do fogão
Pra acender teu cigarro no fogo dos dias
O amor é o culpado da tua agonia
Mulher, mulher, a dor é feminina
Lava a alma em banho maria
Pinta a cara com alguma alegria
Teu batom é um beijo
O teu blush é vergonha
à sombra do desejo mostra tua pessoa
Mulher, mulher, deixa nascer um filho
Uma lágrima de suor com teu gosto
Maçã do rosto
Deixa que a vida te ensina teu canto afina no calar
E o que é de Deus, homem nenhum vai tirar
Tua roupa do varal
Beijar tua boca no fogão
Pra acender teu cigarro no fogo dos dias
O amor é o culpado da tua agonia
Mulher, mulher, a dor é feminina
Lava a alma em banho maria
Pinta a cara com alguma alegria
Teu batom é um beijo
O teu blush é vergonha
à sombra do desejo mostra tua pessoa
Mulher, mulher, deixa nascer um filho
Uma lágrima de suor com teu gosto
Maçã do rosto
Deixa que a vida te ensina teu canto afina no calar
E o que é de Deus, homem nenhum vai tirar
Tua roupa do varal
Beijar tua boca no fogão
Beijar tua boca
carol naine - maria bateria
Maria bateria é moça sonora
Com uma queda por instrumental
Fica zureta só de ver uma baqueta
E perde a etiqueta em solo de metal
Muito cuidado, pois é na caixa que ela encaixa
Seu corpo violão, ela come no seu prato
Mas sempre de olho
Na marca do seu carron
Ã? do tipo que chega pianinho toda dissonante
Entra no camarim quase que galante
A procura de um naipe pra sua canção
Durante o show fica toda debruçada na boca do palco
Dizendo que tá linda e cantando bem alto
A parte mais famosa daquele refrão
Não se iluda
Maria bateria é mulher de tessitura
Qualquer a tonalidade pode ser suspeita
E ocasionar alguma desfeita
Na cara dura ela vai viver uma outra partitura
Arranca o teu couro, deixa só no aro
Sem nenhum suporte, sem nenhum amparo
Maria bateria é moça sonora
Com uma queda por instrumental
Fica zureta só de ver uma baqueta
E perde a etiqueta em solo de metal
Muito cuidado, pois é na caixa que ela encaixa
Seu corpo violão, ela come no seu prato
Mas sempre de olho
Na marca do seu carron
Ã? do tipo que chega a ser mínima, mas deslumbrante
Se julga amadora, porém praticante
Binária por acaso
Modal por opção
Depois do show la se vai descompassada
No tom quase grave
Floreio, pentagrama sem escala ou clave
Causando acidente já na introdução
Não se iluda
Maria bateria é mulher de tessitura
Qualquer a tonalidade pode ser suspeita
E ocasionar alguma desfeita
Na cara dura ela vai viver uma outra partitura
Arranca o teu couro, deixa só no aro
Sem nenhum suporte, sem nenhum amparo
Maria bateria é moço sonora
Com uma queda por instrumental
Fica zureta só de ver uma baqueta
E perde a etiqueta em solo de metal
Muito cuidado, pois é na caixa que ela encaixa
Seu corpo violão, ela come no seu prato
Mas sempre de olho
Na marca do seu carron
Maria... Maria bateria
Fica zureta só de ver
carol naine - mitou
Li na frontpage do blog de um cronista
Uma matéria baseada
no que disse um comentarista de programa da Tv a cabo
Que pesquisou nas ruas sobre o episódio
E ouviu de um espectador
Que ouviu de um locutor de rádio
Que o cenário já foi todo explicado
Numa sessão da câmara dos deputados
Interrompida por um político exacerbado
Sobre o caso que já foi engavetado mais de quinze vezes
Segundo o artigo de uma revista isenta americana
Que um artista fotografou e postou indignado
Sendo compartilhado
por 1 milhão e meio de indivíduos semialfabetizados
Número este comprovado pelo Ibge
Segundo dados estatísticos
Que depois viraram memes infantilizados
Que não podem ser contestados
Afinal, todo mundo concordou lá no trabalho
Que a foto com a frase do lado "mitou"
carol naine - quimera não
Eu, desapeguei das velhas letras mortas
Ensanguentada de palavras póstumas
Aproximei o verbo da pessoa, e a pessoa da conclusão
Eu, aprofundei num linguajar esdruxulo
Eu caduquei vocabulário luxo
Evitei aurora, alvorecer, outrora e coração
Eu, tirei a pompa e falei da gente
Eu, banquei a tonta e fui indecente
Eu não faço uso de flora ou quimera
Porque meu canto é pra uma galera
Que se distrai e quando a frase é oca, e a boca é de refrão
Ã?, aqui não tem um pingo de veneta
Ã?, aqui se fala de tudo que é treta
Eu não faço uso de flora ou quimera
Porque meu canto é pra uma galera
Que não engole frase oca e fica louca quando marca touca de não perceber que a boca é de refrão
Mas eu também posso ser muito eloquente
E adicionar deselegantemente, minh'alma, amiúde, alhures, igarapés, desilusão
Veja, não é que seja a única proposta, mas eu escrevo com os pés nas costas
Pra que me entendam com o cérebro na mão
carol naine - rio
Cidade que faz brilhar
Os olhos de todo mortal
Bonita sem pretensão
Dourada pelo verão
Marcada pela malícia de um povo que sabe sorrir
Famosa pela alegria da gente que vive aqui
Criada com perfeição
Por Deus para fascinar
Cercada de elevações
E banhada pelo mar
Repleta de natureza
Orgulho dos cidadãos
Dá pena de te deixar e medo de não voltar
Tanto faz ser excluído ou ser da realeza
Toda essa beleza é de quem quiser
Toda essa beleza é de quem vier
Cidade que faz morrer
O brilho de cada olhar
Bonita sem manutenção
Alagada pelo verão
Marcada pela milícia
E um povo que sabe iludir
Famosa pelas regalias
De alguns que vivem aqui
Largada ao Deus dará
Sem zelo ou reparação
Cercada por facções
Esgoto jogado ao mar
Temida por natureza
Vergonha dos cidadõas
Dá pena te ver sofrer e medo de não correr
Tanto faz ser excluído ou ser da realeza
Toda essa beleza é de quem quiser
Toda essa beleza é de quem vier
carol naine - você não É deus
carol naine - 22 de abril
Quando o arrastão passou em 22 de abril
Perdeu playboy
Ninguem sabe, ninguem viu
No extrativismo pau-brasil
Não tinha ativismo estudantil
Nem direito civilQuando plantou-se a cana na monocultura da grana
Implantou-se também o vai em cana
para a monocultura da raça
Trabalho de graça, mordaça
E chamou-se de arruaça qualquer cultura
que passa por terra africana
Da religião a dança
Da cor da pele a trança
Da capoeira na praça
Quando o arrastão passou em 22 de abril
Perdeu playboy
Ninguém sabe, ninguém viu
No extrativismo pau-brasil
Não tinha ativismo estudantil
Nem direito civil
Quando plantou-se a cana na monocultura da grana
Implantou-se também o vai em cana
para a monocultura da raça
Trabalho de graça, mordaça
E chamou-se de arruaça qualquer cultura
que passa por terra africana
Da religião a dança
Da cor da pele a trança
Da capoeira na praça
Quando a corte aportou em uma fuga genial
Encontrou filhos mulatos dentro do canavial
Desapropriou mestiços de uma forma mãe gentil
Estamos na rua desde o arrastão
Quando a corte aportou em uma fuga genial
Encontrou filhos mulatos dentro do canavial
Desapropriou mestiços de uma forma mãe gentil
Estamos na rua desde o arrastão de 22 de abril
carol naine - bailarina
Foi tempo em que toda bailarina
Amarrava sapatilha com a fita pra dançar
Botava um coque dentro da redinha e passa gel por cima
pro cabelo fixarHoje encontro em qualquer canto da cidade
Bailarina de verdade de um jeito que eu nunca vi
Com o cabelo na altura do pescoço
Sambando na meia ponta para o povo aplaudir
Ai ai ai, ai ai ai
Bailarina que se preze hoje em dia
Não faz só coreografia
Também sabe improvisar
Ai ai ai, ai ai ai
Ainda tem um repertório de primeira
Vai de Silas de Oliveira a Mário Spetipá
Modernas, santas, irreverentes
Impressionam toda a gente com sua forma de dançar
Com suas pernas torneadas
Sempre causam na folia um tremendo bafafá
É claro que elas sambam diferente
É técnica evidente
Não tem como copiar
Mesmo no asfalto aderente
As moçoilas de pé quente conseguem deslizar
Ai ai ai, ai ai ai
Bailarina que se preze hoje em dia
Não faz só coreografia
Também sabe improvisar
Ai ai ai, ai ai ai
Ainda tem um repertório de primeira
Vai de Silas de Oliveira a Mário Spetipá
Foi tempo em que toda bailarina
Amarrava sapatilha com a fita pra dançar
Botava um coque dentro da redinha e passa gel por cima
pro cabelo fixar
Hoje encontro em qualquer canto da cidade
Bailarina de verdade de um jeito que eu nunca vi
Com o cabelo na altura do pescoço
Sambando na meia ponta para o povo aplaudir
Modernas, santas, irreverentes
Impressionam toda a gente com sua forma de dançar
Com suas pernas torneadas
Sempre causam na folia um tremendo bafafá
É claro que elas sambam diferente
É técnica evidente
Não tem como copiar
Mesmo no asfalto aderente
As moçoilas de pé quente conseguem deslizar
Ai ai ai, ai ai ai
Bailarina que se preze hoje em dia
Não faz só coreografia
Também sabe improvisar
Ai ai ai, ai ai ai
Ainda tem um repertório de primeira
Vai de Silas de Oliveira a Mário Spetipá
Ai ai ai, ai ai ai
Bailarina que se preze hoje em dia
Não faz só coreografia
Também sabe improvisar
Ai ai ai, ai ai ai
Ainda tem um repertório de primeira
Vai de Silas de Oliveira a Mário Spetipá
carol naine - para não esquecer
Sambo de braços abertos levando alegria
Sambo com o pé colado no chão para não perder a razão
Sambo solto, pois sou livre e não me prendo em agonia
Sambo de morro de amor, sambo nos braços do amorSambo de olhos fechados sentindo a energia
Sambo no meio da praça porque é de graça e não tenho pudor
Sambo a dois pra lembrar que não estamos sozinhos na vida
Sambo por ser quem eu sou, sambo de ser quem eu sou
Sambo pra trás e pra frente, eu sambo de lado
Meu samba é delicado, estruturado e com toques de humor
Sambo de leve e levo a vida entregue a quem quero ser
E enquanto viver, eu sigo sambando para não esquecer
carol naine - fios da moda
Por trás de toda história, de toda prosa
Existe a linha, a fibra, o filamento, a corda
Existe o fio que leva, o risco onde se corta
A correnteza que alinha todos os fios
De algodão, viscose ou poliéster
A linha vira peça e a trama acontece
No transporte que leva o produto até a loja
A correnteza que alinha todos os fios da modaNeste país cultivado
Neste país produzido
Neste país costurado
Neste país consumido
E desperdiçado, quando deixado de lado
Vai parar no lixo, ao invés de reciclado
E desperdiçado, se superproduzido
Vai direto do estoque para o lixo
E desperdiçado, quando deixado de lado
Vai parar no lixo, ao invés de reciclado
E desperdiçado, se superproduzido
Por trás de toda história, de toda moda
Existe a costureira da família
E a blogueira com o look do dia
Que mais parece look da hora
Que no Brasil a moda é fashion
E a palavra fashion é moda
Neste país cultivado
Neste país produzido
Neste país costurado
Neste país consumido
Neste país cultivado (que o mundo é redondo)
Neste país produzido (e o pacto é circular)
Neste país costurado
(o ambiente agradece e as gerações futuras vão poder andar)
Neste país consumido
Neste país preservado
Neste conhecido
Por ser um país antenado
E ainda assim produtivo
Neste país preservado
Neste conhecido
Por ser um país antenado
E ainda assim produtivo
Cds carol naine á Venda