canindé - cidadão
Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...
Tá vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar"
Hié! Hié! Hié! Hié!
Hié! Oh! Oh! Oh!
canindé - apenas um sonhador
sou apenas um sonhador
camihando em sua direção
vivo em busca dos meu sonhos...
do que eu mais preciso...
eu só quero ter o seu amor
eu te peço vem ficar comigo
meu bem querer
por você meu coração vive sorrindo
meu bem querer por você
meu coração vive sorrindo
canindé - de volta pro aconchego
Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo
Um sorriso sincero, um abraço,
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade
Que bom,
Poder tá contigo de novo,
Roçando o teu corpo e beijando você,
Prá mim tu és a estrela mais linda
Seus olhos me prendem, fascinam,
A paz que eu gosto de ter.
É duro, ficar sem você
Vez em quando
Parece que falta um pedaço de mim
Me alegro na hora de regressar
Parece que eu vou mergulhar
Na felicidade sem fim
canindé - deus e eu no sertão
Nunca vi ninguém
Viver tão feliz
Como eu no sertão
Perto de uma mata
E de um ribeirão
Deus e eu no sertão
Casa simplesinha
Rede pra dormir
De noite um show no céu
Deito pra assistir
Deus e eu no sertão
Das horas não sei
Mas vejo o clarão
Lá vou eu cuidar do chão
Trabalho cantando
A terra é a inspiração
Deus e eu no sertão
Não há solidão
Tem festa lá na vila
Depois da missa vou
Ver minha menina
De volta pra casa
Queima a lenha no fogão
E junto ao som da mata
Vou eu e um violão
Deus e eu no sertão
canindé - luz iluminada
Só o teu amor me acalma
Me faz bem sentir todo esse querer
Vou além quando o seu beijo me toca
Sou alguém quando penso em você.
Minha vida, minha luz iluminada
Não me vejo um minuto sem você,
Essa força que domina minha alma,
Me aquece, me abraça com prazer.
Ã? por isso que eu te amo com tanto desejo,
Só você me faz feliz amor, amor.
Quando a gente se abraça,
A saudade se encontra com a paixão.
O desejo se entrega e não disfarça,
O nosso amor tem a força de um vulcão.
E pra sempre somos dois apaixonados,
Lado a lado dentro de um só coração,
Vamos juntos como eternos namorados,
Duas vidas vivendo a mesma emoção.
Ã? por isso que eu te amo com tanto desejo,
Só você me faz feliz amor, amor.
canindé - o ciúme
Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta
E nem alegre, nem triste, nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti e não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, eu
Juazeiro, nem te lembras desta tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme
canindé - sereia
Clara como a luz do sol
Clareira luminosa nessa escuridão
Bela como a luz da lua
Estrela do oriente nesses mares do sul
Clareira azul no céu
Na paisagem
Será magia, miragem, milagre
Será mistério
Prateando horizontes
Brilham rios, fontes
Numa cascata de luz
No espelho dessas águas
Vejo a face luminosa do amor
As ondas vão e vem
E vão e são como o tempo
Luz do divinal querer
Seria uma sereia
Ou seria só
Delírio tropical, fantasia
Ou será um sonho de criança
Sob o sol da manhã
(2x)
canindé - peão apaixonado
Quando a gente se apaixona
Ã? um encanto um bem querer
No peito o coração dispara
E queima de prazer
Uma chama quente chega e doma
Com seu laço meu viver
A força do amor é tamanha
Não dá pra conter
Muda tudo em meu caminho
Plantas, flores sem espinho
A vida fica mais linda
A cada amanhecer
Sou peão apaixonado
Gosto de estar do seu lado
Meu canto fica sem rima
Longe de você
Ah
Quem sou eu sem o teu amor
Sem você não me vejo
Não vivo não beijo
Enfim nada sou
Ah
Quem sou eu sem você aqui
Vou ficar esperando
Eu vivo sonhando
Ter você pra mim
Volta inicio
Volta em
Ah
Quem sou eu sem o teu amor