MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
augusto calheiros - pisa no chão devagar
(REFRÃ?O):
Quem quer ser mais do que é
Fica pior do que está
Quem anda na terra alheia
Pisa no chão devagar
(bis)
Eu quero bem às mulheres
Porque delas sou nascido
Não quero que ninguém diga
Que eu sou mal-agradecido
(REFRÃ?O)(bis)
Moça bonita é veneno
Mata tudo que é vivente
Embebeda as criaturas
Tira a vergonha da gente
(REFRÃ?O)(bis)
Em mortalha de pajé
Fumo verde não fumega
Onde tem moça bonita
Meu coração não sossega
(REFRÃ?O)(bis)
(INTERVALO INSTRUMENTAL)
(REFRÃ?O)(bis)
Esta noite eu tive um sonho
Sonho de muita alegria
Que me casavam à força
Logo com quem eu queria
(REFRÃ?O)(bis)
Eu fui lá não sei aonde
Visitar não sei a quem
Saí assim não sei como
Morrendo não sei por quem
(REFRÃ?O)(bis)
augusto calheiros - célia
Andei tristonho e solitário
Subindo o meu Calvário
Carregando a cruz pesada desta vida
Chorei com resignação
Cumprindo esta missão
Confesso ao meu Jesus, com lágrimas doridas
Cheguei no fim desta jornada
Penosa e demorada
Com minh'alma triste
Transtornada desde então
Covarde eu fui em desprezar
A santa cruz do meu altar
Foi grande a minha ilusão
Célia, por você, abandonei
No vale doloroso a minha santa cruz
Vindo acabar o meu sofrer
E vejo que idealizei
Em seu olhar faustoso
Deslumbrante que seduz
E alegra o meu viver
Embora eu veja com tristeza
O nosso amor morrer
E num mar de incerteza
Minha vida perecer
Peço-lhe amenizar a minha dor
Sou tristonho e sofredor
Vem, querida Célia,
Meu grande amor
(intervalo instrumental)
(repete a segunda estrofe)
augusto calheiros - garoto da rua
Garoto da rua
Que anda rasgado,
Com bolso pesado
De bolas de gude,
Que estuda sem livros
A filosofia,
Buscando alegria
Num fardo tão rude.
Garoto da rua
Que corre na frente
Da turma valente
Que tasca balão,
Na bola de meia,
Ã? craque afamado,
Ã? rei coroado
Cravando pião.
Garoto da rua
Que é bamba da zona
Que pega carona
Melhor que ninguém,
Ao vê-lo, relembro
Saudosa quimera,
Do tempo que eu era
Garoto também.
augusto calheiros - adda
Adda, meu doce amor
Adda, meu terno afeto
Tu tens a fragrância, o esplendor
O perfume da flor
Do meu sonho dileto
Adda, meu ideal
Ã? minha inspiração
Tu és o meu casto fanal
Que palpita afinal
Sempre em meu coração
Quando vi teu perfil
Quando vi teu olhar
Eu te achei tão gentil
Linda, casta, infantil
Como a luz do luar
Desde logo eu te amei
Desde logo eu te quis
Foi o que eu adorei
desde que acho e que sei
Que quem ama, é feliz
Ã? Adda, meu coração tu tens risonho
Pois só penso em ti
Desde o dia em que te vi
Resplender o teu ser
E sorrir ao meu sonho
Ã? Adda, como é sereno o teu olhar
Ã? o santo elixir
Do meu doce porvir
Meiga luz que me pus à adorar
augusto calheiros - ave-maria
Cai a tarde tristonha e serena, em macio e suave langor
Despertando no meu coração a saudade do primeiro amor!
Um gemido se esvai lá no espaço, nesta hora de lenta agonia
Quando o sino saudoso murmura badaladas da ?ave-maria?!
Sino que tange com mágoa dorida, recordando sonhos da aurora da vida
Dai-me ao coração paz e harmonia, na prece da ?ave maria?!
Cai a tarde tristonha . . .. (repetir a 1a. estrofe)
No alto do campanário uma cruz simboliza o passado
De um amor que já morreu, deixando um coração amargurado
Lá no infinito azulado uma estrela formosa irradia
A mensagem do meu passado quando o sino tange ?ave maria?
augusto calheiros - senhor da floresta
Senhor da floresta
Um índio guerreiro da raça tupi
Vivia pescando
Sentado na margem do rio Chuí
Seus olhos rasgados, no entanto
Fitavam ao longe uma taba
Na qual habitava
A filha formosa de um morubixaba.
Um dia encontraram
Senhor da floresta no rio Chuí
Crivado de flechas,
De longe atiradas por outro tupi
E a filha formosa do morubixaba
Quando anoiteceu, correu
Subindo a montanha
No fundo do abismo desapareceu.
Naquele momento
Alguém viu no espaço, à luz do luar
Senhor da floresta de braços abertos
Tristonho a falar:
Ã? virgem guerreira
Ã? virgem mais pura que a luz da manhã,
Iremos agora unir nossas almas
Aos pés de Tupã
(intervalo instrumental)
(repete a segunda estrofe)
augusto calheiros - seresta do norte
Esta canção que inicio em serenata
Eu dedico àquela ingrata
Que a saudade faz lembrar
E através deste luar tão prateado
Violão fica ao meu lado
E acompanha o meu cantar
Ã? Lua cheia, só tu sabes o tormento
De quem ficou no esquecimento
Sê solidária com a seresta
Abre o teu luar em festa
Diminui meu sofrimento!
[intervalo instrumental]
[repete a segunda estrofe]
augusto calheiros - bela
Teu cabelo castanho e ondulado
Rodeando o teu rosto amaciado
Construção divina que foi legada
Macias faces que por Deus foram ofertadas
Ã?s mulher muito bela e cobiçada
O teu corpo em boneca transformado
Figura pela natureza formada
Que por mim será sempre adorada
Teu beijo tem o perfume da açucena
Transformado em amor e carinho
Conservo em mim calmo e sereno
Sofrendo, seguirei o meu caminho
E vejo que de mim fogem as forças
Reconheço, pra adorar-te já é tarde
Morrerei lembrando sempre o teu nome
Amo-te, foge de mim toda a maldade
[intervalo instrumental]
[segunda estrofe]
augusto calheiros - audiência divina
Existe na urna dos destinos lá no Céu
Onde está encerrado
O que Deus determinar,
No meio duma porção de folhas de papel,
Um pergaminho de alguém
Que não se cansa de chorar.
Alguém
Que vive suportando a dor cruel
Que vai se acercando
Do seu pobre coração,
Um coração solitário
Que vive no calvário
Triste da desilusão.
Oh!, se eu pudesse ir até a amplidão
Junto aos pés do Senhor implorar compaixão
Nessa audiência divina,
Então na minha sina,
Eu teria um prazer, uma ilusão.
No meu regresso,
Eu traria a sublime alegria
Ornamentando o meu triste viver.
Mandava embora a tristeza
E a cruel incerteza
Em que vou morrer.
(intervalo instrumental)
Um coração solitário
Que vive no calvário
Triste da desilusão.
augusto calheiros - prelúdios de sonata
Sinfonia, música divina, prece musical
Sinfonia, ritmo dolente e original
Sinfonia, páginas da musa de um grande amor
Sinfonia, mística orquestração do Criador
Um concerto orquestral
Ã? belo e sentimental
Deus, por que me fez poeta e um menestrel?
As estrelas lá no céu são notas musicais
Com harmonizações originais
A Lua é um disco
Em que o Criador gravou uma canção
Tocada pelos anjos num conjunto
Numa grande orquestração
Há turbilhão de nuvens que errantes vivem
Lá no firmamento
São páginas de músicas, de melodia
De uma sinfonia
Prelúdios de sonata
Fugas e acordes num grande tropel
Vivem lá no espaço vagando
E se transformam
Num suntuoso vendaval
De estrelas lá no céu
augusto calheiros - alma de tupi
Sou caboclo brasileiro
Tenho sangue de guerreiro
Descendente de tupi
Já andei por outras serras
Tenho visto muitas terras
Como a nossa nunca vi
Tenho amor à minha terra
Que belezas ela encerra
Nesses matos do sertão
Onde os nossos índios bravos
Nunca se fizeram escravos
De qualquer outra nação
Minha terra tem cascatas
Tem mistérios nestas matas
Que traduz belezas mil
Minha terra tem perfumes
Que até Deus já tem ciúmes
Destas terras do Brasil
Folhas verdes e amarelas
Céu azul cheio de estrelas
Como não existe igual
A imagem da bandeira
Desta terra brasileira
Neste mundo é sem rival
[INTERVALO INSTRUMENTAL]
[REPETE Ã?LTIMA ESTROFE]
augusto calheiros - belezas do sertão
Tem muita gente cantado
Belezas do meu sertão
Mas, por certo, tem faltado
O amor à alma e à expressão
Sendo tão belo e tão lindo
O sertão da minha terra
Só quem n'alma o está sentindo
Canta bem o que ele encerra
Não é só a madrugada
Ao romper a luz do dia
Mas também há passarada
Cantando a sua alegria
E os versos do sertanejo
Simples, meigo e jovial
Tendo a doçura dum beijo
Puro, santo e virginal
Só assim é que alguém canta
As belezas do sertão
Só canta belezas tantas
Quem tem alma e coração
Pois só canta com verdade
As belezas do sertão
Filhos que choram a saudade
Nas cordas do violão
augusto calheiros - caboclo vingador
No meu sertão
Numa linda palhoça
Vivia uma cabocla
Filha de Chico Simão
Namorou-se
De um caboclo renitente
Conhecido por Clemente
Apelidado Lampião
Tão destemido
Que enfrentava onça brava
E também ele gostava
De dar tiro de rifão
Encontrou-se
Com o caboclo mais valente
Que também tinha patente
De brigar por devoção
Caboclo forte
Tinha sangue de guerreiro
Corpo leve e bem ligeiro
Pra pular, não havia igual
Tinha no peito
Uma couraça de bronze
Já tinha matado onze
Como prova inicial
Ele também
Apaixonou-se por Rosinha
Que também era vizinha
Deste cabra matador
Que, por maldade,
Quis fazer uma vingança
Carregando com a cabocla
Iludindo-a com amor
Depois de um ano
Muito triste e arrependida
Ela vinha comovida
Implorar por seu perdão
Dizendo assim:
"Caboclo, eu sou tua
E jurei perante a Lua
Que te dei meu coração"
"Eu sou culpada
Mas também fui enganada
Pelo caboclo malvado
Que tudo prometeu"
Hoje no rancho
Tudo é felicidade
A cabocla é Rosinha
E o caboclo sou eu
(intervalo instrumental)
(repete a última estrofe)
augusto calheiros - casa desmoronada
Vocês estão vendo aquela casa desmoronada
Lá no alto da chapada
Dentro daquele sertão?
Ali morava uma cabocla abandonada
Que por Deus foi condenada
A viver na solidão
Esta cabocla escutou num belo dia
No alto da serrania
A voz de um cantador
Deixou a casa e subiu pela montanha
A viagem foi tamanha
Que até hoje não voltou
A voz pra mais perto foi chegando
E a cabocla encantada foi ficando
Era um caboclo violeiro apaixonado
Que também foi condenado
A viver sempre cantando
A noite foi chegando de repente
Sangrando tristemente os olhos meus
E, quando amanheceu, chamei por ela
E ela não deixou nem um adeus
(intervalo instrumental)
(repete a segunda estrofe)
augusto calheiros - chuá-chuá
Deixa a cidade,
Formosa morena,
Linda pequena,
E volta ao sertão.
Beber a água da fonte que canta
Que se levanta
Do meio do chão
Se tu nasceste
Cabocla cheirosa,
Cheirando a rosa
Do seio da terra,
Volta pra vida serena da roça
Daquela palhoça
Do alto da serra.
E a fonte a cantar:
Chuá, chuá.
E as água a correr:
Chuê, chuê.
Parece que alguém
Cheio de mágoa
Deixasse quem há
De dizer da saudade
No meio das águas
Rolando também.
A Lua branca
De luz prateada
Faz a jornada
No alto dos céus,
Como se fosse
Uma sombra altaneira
Da cachoeira
Fazendo escarcéu.
Quando essa Lua
Está na altura distante,
Lifa ofegante,
No Poente cair,
Dá-me essa trova
Que o pinho descerra
Que eu volto pra serra,
Que eu quero partir.
E a fonte a cantar...
Cds augusto calheiros á Venda