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António Zambujo
uma vez que seja
Tu que navegas ao sabor do ventoSem outra rota que o que se deseja
Tu que tens por mapa o firmamento
Vem descobrir-me uma vez que seja
E diz-me das viagens que eu não faço
Dos mundos cintilantes que antevejo
E traz-me mares de mel no teu abraço
Poeira de ouro velho no teu beijo
De ti não espero amarras nem promessas
Ã? livre que te quero neste cais
Até que um dia em mim não amanheças
E te faças ao mar uma vez mais
E mesmo nesta hora de perder-te
Sabendo que a magia se desfez
Terá valido a pena conhecer-te
E deslumbrar-me ao menos uma vez!